Ele fatura mais de R$ 15 milhões para testar aplicativos |
Everton Arantes se formou como analista de sistemas e fez carreira na indústria. De analista a gerente, a vontade de empreender surgiu depois que se mudou de Brasília para Curitiba. "Vi que existia uma carência no mercado de um trabalho com qualidade. Então resolvi abrir um negócio", conta o fundador da Prime Control, empresa especializada em testar softwares e aplicativos.
O primeiro desafio de abrir o negócio, segundo Everton, foi a falta de informações de um plano de negócio para as empresas voltadas para tecnologia. "O máximo que eu consegui foi algumas informações do Sebrae, mas eram um plano de negócio para abrir um café. Não tinha nada a ver com o que eu queria fazer", conta.
Ele começou, então, dando treinamento e consultoria. "No início, os testes eram de sistemas corporativos, para o governo, de barreira eletrônicas e radares. A empresa nos dava projetos pontuais, mas tudo mudou quando em 2011 ganhamos a conta de um grande cliente da região, o Grupo Boticário", fala.
Com o passar do tempo, o foco da empresa virou os testes em aplicativos. "Você pede um carro por aplicativo, aluga um quarto e movimenta o seu dinheiro no banco tudo pelo celular. O TI está aplicado em tudo isso e por trás de todas essas ações há um sistema complexo", explica.
O trabalho parece simples: usar e abusar dos softwares já prontos antes deles serem lançados para encontrar os erros e falhas. E isso tudo por meio de farms devices, (fazendas de aparelhos, em tradução livre), que consiste em testar em diversos smartphones e máquinas das mais diferentes especificações e configurações para um diagnóstico completo dos erros encontrados.
“Ao todo temos mais de 200 devices e monitoramos de 10 a 20 aparelhos mais usados no Brasil cobrindo 80% da população. Com esses modelos e versões diferentes, conseguimos simular o comportamento do usuário na aplicação e garantir que a nova funcionalidade ou o novo app está rodando bem”, explica.
No entanto, o time da Prime Control não fica relegado apenas ao operacional. Segundo Everton, eles são envolvidos desde a concepção do aplicativo e colaboram com o cliente para entender onde ele quer chegar com o novo app ou com a nova funcionalidade disponível.
Segundo Everton, a empresa opera hoje com mais de 200 profissionais focados em ajudar os clientes no processo de transformação digital. “Todo mês temos uma média de 10 novas contratações”, fala. O crescimento da empresa foi comprovado com a conquista do prêmio “As PMEs que Mais Crescem no Brasil” –levantamento sobre o desempenho das empresas emergentes feito pela consultoria Deloitte.
O crescimento também avança o faturamento: em 2018, foi de R$ 17 milhões e o time espera alcançar uma receita de R$ 35 milhões este ano.