Estudo revela que setor de TI foi o que mais contratou no primeiro trimestre de 2019 |
Estudo da rede social profissional LinkedIn mostra que 80% dos recrutadores brasileiros acreditam na melhora da taxa de emprego nos próximos 12 meses. O levantamento foi feito de abril a maio com 300 entrevistados de empresas de médio e grande porte. Outros 16% disseram não acreditar numa melhoria na taxa de emprego e 4% não souberam responder.
As reformas econômicas foram citadas como um dos fatores para o otimismo, principalmente a da previdência. Quando questionados se acreditavam que aumentariam a taxa de emprego no setor privado, 81% dos recrutadores concordaram com a afirmação, enquanto 17% discordaram e 2% não souberam responder.
Quando questionados sobre a proporção de vagas abertas e candidatos, 46% dos recrutadores veem uma relação de talentos maior para a quantidade de vagas. Outros 38% veem uma quantidade maior de vagas do que candidatos certos para as oportunidades e 15% acham a comparação igual.
Setores mais e menos recrutados
O estudo mapeou setores que os entrevistados consideraram que abriram o maior número de vagas no primeiro trimestre de 2019. O setor de tecnologia da informação ficou em primeiro lugar nas citações dos respondentes, seguido pelo de transporte e logística. Veja abaixo:
TI - 76%
Transporte e logística - 67%
Construção - 59%
Manufatura - 52%
Automotivo - 50%
Já os que tiveram o menor índice de citações foram as organizações sem fins lucrativos e setor jurídico. Veja abaixo:
Organizações sem fins lucrativos - 21%
Setor jurídico - 27%
Design - 38%
Segmento imobiliário - 43%
Varejo – 44%
Recreação & turismo e mídia & comunicações - 44%
Ao serem perguntados sobre para quais setores teriam mais dificuldades para recrutar, os entrevistados citaram o segmento de TI seguido pelo financeiro & bancário. Veja abaixo:
TI - 48%
Financeiro & bancário - 41%
Saúde - 29%
Manufatura - 28%
Administração pública - 28%
Transporte & logística - 27%
Mercado valoriza candidato com perfil diferente da área de atuação
O levantamento mostrou também que mais da metade dos respondentes (51%) acredita que é uma prioridade procurar e encontrar candidatos com experiências profissionais diferentes da sua área de atuação. Destes 51%, 32% afirmaram ser uma grande prioridade, e 19%, uma prioridade principal. Outros 34% afirmaram que seria uma prioridade razoável, enquanto 9% disseram ser prioridade mínima e outros 6% disseram não ser uma prioridade em nenhum âmbito.
Uma das explicações para essa procura por talentos com perfis diferentes da área de atuação é por conta da recessão. Mais de 30% dos entrevistados afirmaram que as empresas passaram a procurar, nos últimos 12 meses, por tipos diferentes de candidatos do que estavam procurando antes por conta do cenário econômico brasileiro.
Com isso, vagas que antes eram ocupadas apenas por pessoas do setor passaram a ser preenchidas também por pessoas sem formação na área, mas que de alguma forma poderiam trazer benefícios às organizações. É o caso, por exemplo, do cientista de dados, que, segundo outro estudo do LinkedIn divulgado em 2018, foi um dos cargos mais recrutados no ramo financeiro e de serviços.
“Com as companhias buscando novos perfis para as vagas, as chamadas competências interpessoais ou soft skills ganharam uma atenção maior, pois se tornaram aliadas especiais para talentos que não têm determinadas habilidades técnicas, mas que, por exemplo, sabem trabalhar bem em equipe, se comunicam bem ou sabem negociar”, comenta Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para a América Latina.
O que o candidato procura
Quando perguntados sobre quais elementos eram mais importantes na hora de um candidato aceitar uma proposta de emprego, a oportunidade de crescimento na carreira ficou em primeira posição. Veja abaixo:
Oportunidade de crescimento na carreira - 60%
Pacote com mais benefícios - 53%
Bom equilíbrio vida-trabalho - 47%
Aumento de salário - 45%
Companhia com valores e cultura alinhados aos do candidato - 31%
O estudo revelou ainda que a maioria das empresas age de forma decisiva para contratar os profissionais quando os encontram, oferecendo um salário acima do padrão de mercado e melhores pacotes de benefícios do que antes. Nesse sentido, 58% dos recrutadores esperam que as negociações salariais se tornem uma grande prioridade para os candidatos nos próximos 12 meses. Cerca de metade deles também espera que os talentos procurem por mais oportunidades de trabalho flexível e um melhor seguro de saúde.