Estes são os profissionais digitais mais disputados pelo mercado |
O mundo dos negócios está mudando e 88% das acreditam que precisam de profissionais digitais se quiserem se manter competitivas, segundo a pesquisa inédita Paradigma Digital, uma parceria entre o Talenses Group e a Digital House.
Mas o que é esse profissional digital? Para quem ficou preocupado, os presidentes das empresas responsáveis pela pesquisa contam que o perfil não está relacionado a uma graduação, curso, área ou especialidade específica, muito menos a um perfil jovem.
E isso torna mais difícil para que executivos e gestores definam por onde começará a transformação digital da empresa. O define um profissional digital, o que todos desejam contratar, é sua mentalidade ágil e flexível.
“Ao contrário do que muitos pensam, a mentalidade digital não é conhecer tecnologia, mas entender a cultura e modo diferente de trabalho que vieram com ela. Você pode ser nativo da economia digital ou ter aprendido depois, mas é preciso ser ágil, ter uma entrega veloz e não ter medo de errar”, comenta Carlos Alberto Julio, presidente da Digital House.
A palavra de ordem é ruptura. Para Luiz Valente, presidente do Talenses Group, esse tipo de profissional trabalha olhando para a inovação e questiona a forma como o processo está estruturado.
“Estamos em momento acelerado de transformação, todos os segmentos estão sendo impactados e temos uma carência de dados sobre a realidade que o mercado enfrenta na busca de profissionais e qualificações”, comenta Valente.
Em meio a preocupações com o futuro do trabalho, a pesquisa mostra um recorte do momento de transformação digital e procura por profissionais especializados por qual o Brasil e as empresas estão passando.
A pesquisa foi feita com 102 empresas no segundo trimestre de 2019. A maioria das participantes tem grande porte, com mais de 500 funcionários, e com sede no sudeste do Brasil.
O perfil para o profissional digital traçado pelas empresas mostra que elas procuram contratar pessoas com as seguintes características:
– Inovador (13%)
– Aprendizado contínuo (11%)
– Adapta-se com facilidade (10%)
– Colaborativo/Pensamento lógico/Analítico/Criativo (9%)
– Inteligência Emocional (7%)
Segundo o relatório, dentro das empresas, a área de Tecnologia da Informação representa 67% da demanda por contratações. No entanto, a área de finanças ficou em segundo lugar, com 64% da demanda. Depois aparecem as áreas de Logística, Jurídico e Engenharia com demandas por habilidades digitais.
Dois pontos preocupantes do cenário atual destacados pela pesquisa estão relacionados com a adaptação da mão de obra para o novo modelo de trabalho. De acordo com o levantamento, quanto mais alto o cargo e maior a experiência exigido, mais difícil fica contratar.
Da mesma forma, a maioria das empresas não oferece treinamentos ou bolsas de estudo para que seus funcionários mais antigos possam se atualizar.
“É muito preocupante o baixo nível de investimento no treinamento de profissionais. A transformação digital é feita em velocidade crescente e exponencial, a demanda por profissionais capacitados é crescente e rápida. E não me parece que os setores estão se preparando para isso”, fala Valente.
O presidente da Digital House explica que as grandes empresas de tecnologia, como Google, Facebook, Decolar e iFood, responsáveis por movimentos disruptivos na economia, criaram suas formas próprias de atrair talentos e formá-los dentro da empresa.
“A escassez de mão de obra capacitada que temos agora acontece quando empresas tradicionais, como bancos, laboratórios farmacêuticos ou empresas de varejo começam a gerar a demanda pelos funcionários digitais e tirá-los dessas empresas que já tinham seu ecossistema digital”, diz Julio.