terça-feira, 1 de maio de 2018

Brasil é líder em cibercrime, mas pouco investe na cibereducação

Brasil é líder em cibercrime, mas pouco investe na cibereducação
Brasil é líder em cibercrime, mas pouco investe na cibereducação
Nas últimas semanas, veículos de todo país relataram a posição do país na lista de ciberataques. As notícias se referiam ao Relatório de Ameaças à Segurança na Internet (ISTR, na sigla em inglês), que analisou 157 países. De acordo com o levantamento feito em 2017, o Brasil ocupa a sétima posição no ranking dos países que sofreram mais ataques cibernéticos no último ano, sendo também o principal alvo na América Latina e uma das principais fontes de ataques cibernéticos do mundo. 

Sobre esse fato, o especialista em cibersegurança da 4CyberSec, Rafael Narezzi, diz que a principal solução para esse tipo de crime é a educação. Na contramão da evolução de grupos de hacker criminosos, a educação no país está longe de incluir em sua grade a segurança cibernética - não menos importante em um mundo cada vez mais conectado.

Muito países em todo o mundo já começaram a se mobilizar num trabalho intensificado de conscientização de segurança digital. Israel, por exemplo, passou a implementar um programa de educação cibernética em 2013 para adolescentes. Governos de todo o mundo passaram a desenvolvendo a cibereducação, pois perceberam que é preciso estar à frente dos riscos.

Vale considerar que, quando falamos em proteger o país, não nos referimos apenas a países ameaçados de guerra. Um exemplo que vale ser recordado foi o caso WannaCry, no ano passado, no qual o ransomware sequestrou arquivos de 200 mil computadores em 150 países. No Brasil, até hospitais e órgãos públicos foram paralisados, afetando também cidadão e não somente empresas.

No caso de Israel, essa educação vai além. Eles oferecem treinamento para identificação de riscos e recrutam jovens com potenciais para defender o país, desenvolvendo grandes profissionais e também pesquisadores sobre o tema. Fazendo um comparativo com o Brasil, podemos dizer que ainda estamos muito aquém nesse quesito, levando em consideração que ainda se acredita esse seja um assunto para os profissionais de Tecnologia da Informação (TI) – o que é, na verdade, um mito. Todos precisam saber quais são os seus riscos e como evita-los.

Mas, segundo o especialista, nem tudo está perdido. "Podemos dizer que os brasileiros estão vivendo um momento de despertamento para o desenvolvimento de uma maturidade cibernética. No entanto, faltam pesquisas e incentivos do governo para essa cibereducação, tanto para uma conscientização comportamental, como também para formar novos profissionais especializados em atuar nessa linha de frente", escreve.

Outro dado revelado no ISTR que comprova essa necessidade no Brasil é que o país é o terceiro maior a disseminar ameaças por spam e o quarto por bots (robôs virtuais) no mundo. Além disso, revelou que, de todos os e-mails que circulam no país, 64% são spam. Num mundo em que enfrentamos ameaças virtuais cada vez mais evoluídas, ainda vivenciamos o despreparo para lidar com ameaças de e-mail maliciosos, acreditando que somente sistemas de antivírus serão o suficiente para nos proteger sempre. Isso demostra o quanto precisamos evoluir no quesito cibersegurança, isso dentro de casa, como também no meio corporativo.

Este tema será abordado durante a semana do Cyber Security Summit Brasil 2018, que vai ocorrer entre os dias 27 e 28 de julho, em São Paulo.




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