Cloud computing já é tão crítico quanto água, luz e petróleo. |
Cloud computing está entre os recursos mais críticos do planeta. A conclusão é do mais recente estudo da Vertiv, nova marca da Emerson Network Power, o qual equipara a importância da computação em nuvem a insumos essenciais à vida e à sociedade, como água e energia.
O critério de definição da criticidade levado em conta no relatório é o impacto que períodos de inatividade de cada segmento avaliado podem causar. E, segundo a pesquisa, os serviços em cloud são tão relevantes para o funcionamento do cenário sócio-econômico atual que sua inoperância pode ter consequências indesejáveis em todas as verticais da indústria e por todo o mundo.
São termos fortes, mas reais. Atualmente, uma fatia considerável dos serviços de informação, comunicações, financeiros e sistemas é responsável por operações das mais diversas verticais — saúde, transportes, manufatura, governo, entre outras — utiliza armazenamento em nuvem. Traduzindo em números, levantamento do IDC mostra que dois terços das empresas globais já utilizam cloud computing e que tais serviços deverão movimentar US$ 43,6 bilhões até 2020. Já o Gartner aponta que o mercado de infraestrutura como serviço (IaaS, baseado em cloud computing) superará US$ 22 bilhões ainda neste ano, um crescimento de 38% sobre o ano passado.
Para aproximar, analisemos somente América Latina e Brasil. Na primeira, a IDC avalia que 80% das empresas já adotam recursos em nuvem; no segundo, o mercado é ainda mais aguçado, posicionando o país como o oitavo no ranking da Asia Cloud Computing Association (ACCA) entre as nações que oferecem melhores condições para a oferta de computação em nuvem, atrás somente de Hong Kong, Cingapura, Nova Zelândia, Alemanha, Reino Unido, Austrália Japão e Estados Unidos.
Ou seja, não é só o aumento da eficiência, produtividade, valorização de investimento no core business e redução de custos com infraestrutura de TI que a computação em nuvem pode trazer. É, literalmente, vida para o negócio e para a comunidade que o cerca.
Imagine se 80% das empresas da América Latina pararem. Ou dois terços das empresas de todo o mundo tiverem suas operações interrompidas. Impensável. Caos, na certa.
Assim, a equiparação de cloud computing a água, energia e serviços essenciais ao bom funcionamento do planeta, tais como os da área de finanças, saúde e segurança, é uma proposição muito válida do relatório da Vertiv. Uma proposição com a qual os fatos nos obrigam a concordar.
Mas, após admitir tal criticidade, o próximo e fundamental passo é evoluir para o desenho de estratégias que adequem negócios ainda não propensos à tecnologia em nuvem para adoção deste modelo que se apresenta como futuro inevitável, mas também como presente em ascensão avassaladora.
A computação em nuvem isenta as empresas de investimentos em infraestrutura física local de TI, reduzindo a necessidade de espaço físico, recursos de iluminação e refrigeração, bem como de serviços de gestão do ambiente. Só por conta disso, já minimiza inestimáveis somas em moeda, metros quadrados, eletricidade, água e recursos humanos.
Mais destacável ainda do que o conceito econômico e sustentável do tema é a questão da eficiência. Na computação em nuvem, hubs especializados fornecem e gerem a infraestrutura exatamente necessária para rodar cada operação, evitando que empresas ou setores parem por falta de recursos, espaço, capacidade, gerenciamento, etc.
Logo, ao mesmo tempo em que a inoperância dos fornecedores de computação em nuvem é crítica para o funcionamento do planeta, sua operação é também essencial para o mesmo fim. Atualmente, todos os estudos apresentados nos levam a verificar que, para o andamento da sociedade global, ficar sem cloud é equivalente a ficar sem eletricidade ou sem petróleo.
Embora o conceito “em nuvem” pareça distanciar este tipo de tecnologia do cotidiano empresarial e social, esta é somente uma percepção gerada pelo termo, pois os chamados recursos “as a service” crescem vertiginosamente e atingem da raiz ao cerne de operações vitais para todas as indústrias. Cloud computing tornou-se insumo básico, recurso essencial à sobrevivência dos negócios.
*Artur Hansen é diretor de expansão da Cloud2Go.