sexta-feira, 23 de junho de 2017

ALERTA: Medida Provisória 774 pode extinguir 83 mil cargos de TI.

Brasscom alerta que Medida Provisória 774 pode extinguir 83 mil cargos de TI.
Brasscom alerta que Medida Provisória 774 pode extinguir 83 mil cargos de TI.
A Medida Provisória 774, se aprovada, poderá deixar mais de 83 mil profissionais da tecnologia da informação desempregados no Brasil, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

Essas demissões, segundo a Brasscom, aconteceriam por causa de modificações que serão realizadas na tributação sobre a folha de pagamento (fim da tributação substitutiva), algo debatido entre empresas e governo. O governo acredita que a desoneração da folha não contribui com a recuperação da economia, contrário o que mostra a Brasscom. 

"Há quatro anos, o governo substituiu a contribuição previdenciária - que equivalia a 20% de impostos sobre a folha de pagamento - por uma alíquota entre 1% e 2% sobre a receita bruta da empresa. Em 2015, uma nova alteração aumentou as alíquotas para entre 2% e 4,5% sobre a receita bruta e possibilitou que as empresas pudessem escolher entre as duas formas de tributação: sobre a folha de pagamento ou sobre a receita bruta. Agora, com o fim da desoneração, a contribuição previdenciária volta a ser de 20% sobre a folha de pagamento", explica a Contabilizei.


Em união, empresas e Brasscom buscam mostrar ao Governo Federal que a manutenção da política de desoneração da folha de pagamento ao setor é algo importante para os funcionários. Isso porque, com o fim da desoneração, as demissões poderão ser realizadas em massa, totalizando 15% do setor. Com a MP aprovada, as empresas terão que voltar a recolher a contribuição de 20% sobre a folha de salários.

"A MP 774, medida anunciada pela equipe econômica do governo no fim de março, acaba com a desoneração da folha de pagamento e gerará impactos consideráveis para o setor de TI e, consequentemente, para o país", nota a Brasscom, que elencou os seguintes problemas que serão gerados:

- 83 mil postos de trabalho qualificados serão extintos.
- Zero crescimento na remuneração dos trabalhadores de TI. 
- 5,2% ao ano de queda no crescimento médio do setor de TI.
- 2% ao ano de queda na arrecadação de impostos do setor. 
- "Pejotização": estimulo á informalidade nas relações de trabalho. 
- Desestímulo à inovação, pesquisa e desenvolvimento no País.

Segundo a Brasscom, foram gerados mais de 95 mil empregos no setor de TI, durante o período de vigência da desoneração, com grande formalização de mão de obra. A remuneração no período cresceu 14,3% ao ano, atingindo R$ 28,8 bilhões, entre 2010 e 2015. Já a receita bruta chegou a R$ 78,1 bilhões, com um crescimento anual de 12%.

"Tivemos um crescimento bastante expressivo nesse período e com o aumento do contingente de trabalhadores que consomem, também geramos efeitos significativos para a economia", afirma o presidente executivo da Brasscom, Sérgio Paulo Gallindo.

Caso a revogação do regime seja revertida no Congresso, pode ser bem diferente, segundo Gallindo: "Representará, ao contrário de demissões, a contratação de 21 mil trabalhadores nos próximos três anos — um crescimento anual de 7,2%".

Para Sérgio Gallindo, "a base já está decidida de que deve haver o fim da desoneração", o que torna a negociação mais difícil. Por isso, "é importante que os contribuintes entrem com ações judiciais para assegurar ao menos a manutenção do regime até o fim deste ano, como previsto na lei".

Fonte: Brasscom




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