Usando engenharia social cibercriminosos roubam 500 mil em Montes Claros-MG. |
Um acordo de delação premiada entre Ministério Público e um dos envolvidos preso na operação Saque Rápido, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na manhã da sexta-feira (26), fez com que parte do grupo envolvido nos crimes de lavagem de dinheiro e invasão de contas bancárias em Montes Claros fosse mapeada para a continuidade das investigações. O Gaeco estima que, pelo menos, meio milhão de reais foi retirado de contas de empresas e pessoas físicas.
De acordo com o Ministério Público, há sete meses, parte dos integrantes foi monitorada em uma investigação controlada a partir do uso de câmeras de segurança e filmagens. O delator, segundo o MP, teve a pena reduzida por colaborar com as investigações.
Golpe
O analista de tecnologia da informação de uma empresa de múltiplos negócios em São Paulo, que foi vítima do golpe, explica que uma funcionária do setor financeiro cedeu os dados para os cibercriminosos sem desconfiar da fraude.
“A funcionária recebeu uma ligação supostamente do Santander pedindo para que ela digitasse um número de IP [internet protocol] no navegador. Ela chegou a digitar e a ligação caiu. Quando ela estranhou o pedido, ela nos chamou, mas o cracker já tinha entrado no sistema e feito a transação de um alto valor. Chama a atenção que o hacker ligou na hora do almoço, de uma sexta-feira, pedindo para ela não entrar no sistema pelas próximas quatro horas. Ou seja, eles teriam tempo de saque. É importante que as pessoas tenham consciência de que nenhum antivírus bloqueia este tipo de golpe e que funcionários têm de saber que qualquer iniciativa de atualização de software parte da empresa e não do banco; essa consciência evita golpes”, orienta o analista, que preferiu não se identificar.
O MP chegou aos envolvidos depois que cinco pessoas – dentre elas duas mulheres de 22 e 29 anos - foram presas, em outubro de 2016, ao tentarem sacar R$ 12.500 em ordem de pagamento em nome de uma empresa de São Paulo. Na ocasião, o grupo foi conduzido para a delegacia com aproximadamente R$ 20 mil em dinheiro e extratos de saques bancários.
“Basicamente era isso: o grupo conseguia invadir o sistema informatizado de ‘internet baking’ - como exemplo o sistema do Banco Santander onde temos mapeadas até agora cinco vítimas - e conseguia transferir dinheiro para contas correntes de pessoas que aceitavam sacar o dinheiro e, pelo serviço, recebiam de 10 a 15% do valor sacado. O grupo também agia por meio de pagamentos via ordem de pagamento, como foi o caso da prisão em flagrante no ano passado”, explica o promotor de Justiça do Gaeco, Guilherme Roedel Fernadez Silva.
Para conseguir acessar a conta virtual, de acordo com o MP, os criminosos entravam em contato com o titular da conta corrente e, a partir de informação privilegiada, induziam o correntista ao erro para ele atualizar o sistema de informática e partir daí tornar o sistema frágil para as transações. [ Fonte: Portal G1 ]