Existe um risco iminente de o Brasil sofrer apagão digital com ataques de IoT. |
Especialista em cibersegurança alerta: o nosso país corre sérios riscos de sofrer um apagão digital com ataques voltados para a Internet das Coisas. De acordo com Rafael Narezzi, CIO da TS Lombard, o Brasil pode ser um dos maiores afetados com ataques DDos por causa da falta de investimento em conhecimento neste setor.
“Os riscos estão por todos os lados, basta você olhar a sua volta”, alerta o especialista. Isso porque qualquer aparelho que se conecte à internet pode se tornar um alvo fácil, como roteadores, câmeras, aparelhos de televisão e eletrodomésticos. Enquanto essas tecnologias proporcionam mais comodidade para os usuários, elas abrem brechas de segurança para que invasões aconteçam. “Tendo acesso ao IoT de uma Smart TV, por exemplo, ainda mais aquelas que possuem câmeras, um hacker criminoso consegue descobrir informações importantes sobre uma empresa ou indivíduos e até mesmo escutar ou assisti-los, parte do chamado ‘reconnaissance’ - reconhecimento das áreas para possíveis vetores de ataques”, explicou.
O mais perigoso de tudo isso é que o invasor não precisa ser um grande cracker para acessar as informações de uma residência ou empresa por meio da IoT. Uma pesquisa rápida no Google já fornece sites e dispositivos que traçam uma rota de IPs vulneráveis. Segundo o site Shodan, o número de dispositivos expostos no Brasil já passa dos 10 mil por mês - e esse índice aumenta diariamente.
Outro fator que colabora para com a vulnerabilidade de objetos conectados à internet é a baixa preocupação com as senhas cadastradas. “Quantas pessoas hoje compram um dispositivo com acesso Wi-Fi e não trocam a senha do aparelho?”, questiona Narezzi. Isso acontece porque as pessoas não são tão bem informadas quanto deveriam sobre medidas de segurança na rede.
O especialista acredita que seja necessário haver uma cibereducação no país, especialmente dentro de empresas e instituições - que, se invadidas, acabam tendo expostas informações confidenciais de funcionários, clientes, fornecedores e parceiros. Por ano, os crimes virtuais custam em média US$ 445 bilhões, de acordo com informações divulgadas em um relatório da Reuters. Esse valor já é maior do que o valor de mercado da Microsoft, por exemplo, estimado em US$ 411 bilhões. [ Fonte: CanalTech ]