Ações de empresas de segurança digital disparam após ciberataque mundial. |
O ciberataque do ransomware WannaCry que infectou mais de 200 mil computadores em mais de 150 países no fim de semana impulsiona as ações de firmas ligadas à cibersegurança em Bolsas de todo o mundo nesta segunda-feira (15). A expectativa dos investidores é que a magnitude da ofensiva do ransomware WannaCry conscientize corporações e usuários a investir em uma proteção mais robusta para seus aparelhos e sistemas.
Na Bolsa de Londres, a fornecedora de softwares antivírus Sophos dispara 7,85% nesta segunda-feira, atingindo cotação recorde de 368 libras. Sua rival NCC Group chegou a saltar 4,4%, maior valorização desde março. F-Secure subia 5,1% em Helsinki, atingindo maior cotação desde janeiro de 2001. Em Wall Street, a Fireeye salta 6,6%, enquanto a Symantec avança 3,82% e Palo Alto Networks, 4,3%.
— Esses ataques ajudam pois levam os executivos responsáveis pelos departamentos de tecnologia das empresas a terem certeza de que suas companhias estão com seus protocolos de segurança em dia. Como resultado, é comum vermos um aumento da procura pelos serviços de empresas de cibersegurança como resultado de ataques como esses — afirmou Neil Campling, chefe de pesquisa tecnológica na Northern Trust.
A expectativa é que o crescimento em proteção cibernética cresça 10% no Reino Unido e na Europa, calcula Brian Lord, diretor da firma de segurança PGI.
O ETF (fundo com cotas negociáveis em Bolsa) PureFunds ISE Cyber Security, registra alta de 3,2%, a maior em mais de seis meses. Sua cotação chegou a US$ 30,69, a mais elevada em dois anos. O ETF já havia sido beneficiado à época do ataque contra a Sony Pictures Entertainment, que estimulou investidores a aplicarem US$ 1,4 bilhão no fundo.
Os mercados chineses também registraram valorização entre ações de cibersegurança. A Beijing VRV Software, a Beijing Venustech, a Meiya Pico e a NSFocus Information Technology disparam 10%, que é o limite diário da Bolsa local.
“Vemos esses eventos como positivos para o investimento em cibersegurança”, escreveu Pierre Ferragu, analista da Sanford C. Bernstein & Co. “A opinião dos tomadores de decisão nas empresas é fortemente influenciada por esses acontecimentos.”