segunda-feira, 17 de abril de 2017

O código do segredo para ingressar nas grandes empresas de tecnologia.

O código do segredo para ingressar nas grandes empresas de tecnologia.
O código do segredo para ingressar nas grandes empresas de tecnologia.
Ser um bom programador é apenas um dos pré-requisitos para concorrer a uma vaga nas áreas de pesquisa e desenvolvimento das grandes empresas de tecnologia, também é necessário ter fluência em inglês e capacidade para trabalhar em equipe.

O estudante Henrique Silveira tem apenas 23 anos, mas já tem muita história para contar. Uma plateia escuta atenta seu relato: são cerca de 130 jovens que lotam dois dos maiores laboratórios de informática do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. “No ano passado, eu estava aí no lugar de vocês”, diz ele, revelando que chegou dos Estados Unidos há menos de uma semana, depois de passar três meses estagiando na sede da Microsoft, em Redmond, Washington.

Nesses laboratórios, Henrique deu os primeiros passos rumos a Redmond. Foi aqui que, no ano passado, ele participou de uma competição de programação organizada pela Microsoft e entregou seu currículo a Elisabeth Arredón, recrutadora da empresa na América Latina. Naquele momento, ele não podia imaginar que, no dia 31 de março, um ano depois, estaria novamente no mesmo local, contando para aquela plateia como foi sua experiência.

No telão, as imagens de Henrique em Seattle parecem reluzir os olhos daqueles jovens. Muitos deles têm o sonho de, um dia, atuar em uma grande empresa de tecnologia como a Microsoft. “O que descobri lá é que nós somos muito bem preparados aqui na USP. É claro que a gente precisa aprender muita coisa quando começa a trabalhar em uma empresa, mas todos os fundamentos de que precisamos já temos”, explica Henrique, que está cursando o último ano de Engenharia de Computação, curso oferecido pelo ICMC em parceria com a Escola de Engenharia de São Carlos.

“Eu tive todo o apoio da empresa para desenvolver meu projeto, contei com a supervisão de um mentor e de um gerente. O mais interessante é que tive a chance de ser avaliado pelo que eu fiz lá e consegui provar meu valor”, conta o estudante. No final da apresentação, ele revela que recebeu um convite para voltar a Redmond e que, assim que finalizar seu trabalho de conclusão de curso, trabalhará como engenheiro de software na Microsoft.

A trajetória de sucesso de Henrique não é um caso isolado. Muitos outros estudantes do ICMC têm uma história parecida para contar. Danilo Tedeschi também participou da competição de programação da Microsoft no ano passado e, tal como Henrique, contou para a plateia como foi sua experiência de estágio na empresa: “Não pense que é algo difícil, que você não poderá conseguir porque todos que estão aqui têm capacidade para estagiar lá”.

Danilo está cursando o último ano de Ciências de Computação no ICMC e, logo depois, continuará seus estudos fazendo mestrado no Instituto. Por isso, apesar de ser convidado para trabalhar na Microsoft em tempo integral, optou por fazer um segundo período de estágio de três meses no final deste ano para que possa retornar ao ICMC em 2018.

No ano passado, na competição de programação da Microsoft, Danilo conquistou o terceiro lugar no pódio junto com seu time, do qual fizeram parte Tomás Fonseca e Bruno Sanches. Essa equipe representou o ICMC na última edição da Maratona de Programação e se consagrou como a terceira melhor da América Latina. Em maio do ano passado, eles embarcaram para a Tailândia, com o apoio do Google, e disputaram o mundial de programação (ICPC) na ilha de Phuket. Tomás e Bruno também foram contratados pela Microsoft e aguardam apenas a emissão dos últimos documentos para fazer parte da equipe da empresa, que contabiliza 192 mil funcionários no mundo.

Grupo de estudos

Os bons resultados alcançados por Danilo, Tomás e Bruno se devem a um intenso trabalho de preparação que vem sendo realizado pelo Grupo de Estudos para a Maratona de Programação (Gema). Criado em 2007, o grupo organiza treinamentos em laboratório e reuniões semanais para preparar os estudantes para as competições de programação. Não é à toa que, no desafio proposto pela Microsoft dia 31 de março, das 10 equipes melhor classificadas, sete eram compostas por membros do Gema.

O estudante Victor Forbes e seu time, todos integrantes do Gema, conquistaram a primeira colocação na competição. “Eu me interesso muito pela área de aprendizado de máquina e, se receber uma oferta, com certeza vou estagiar na Microsoft. Eles desenvolvem muitas tecnologias interessantes na área de reconhecimento de imagens e de processamento de linguagem natural”, diz Victor, que faz Ciência de Computação no ICMC. No ano passado, ele também fez parte do time que conquistou o primeiro lugar no desafio organizado pela Microsoft.

Este ano, além de Victor, o time vencedor contou com a participação de Cezar Guimaraes e de Nicolas Oe. O sobrenome de Nicolas já é conhecido pela comunidade do ICMC. A irmã dele, Bianca Oe, fez parte do time que trouxe para o ICMC, pela primeira vez, a medalha de ouro da Maratona Brasileira de Programação em 2013. Por causa de Bianca, que está trabalhando na Microsoft, Nicolas começou a fazer mestrado no ICMC e a participar do Gema, seguindo os passos da irmã. Formado em Ciências de Computação pela Universidade Federal de São Carlos, ele tem 24 anos e está aberto para possibilidades de carreira no futuro, trabalhar em uma grande empresa de tecnologia pode ser uma delas ou atuar na área de animação, um campo que, segundo Nicolas, está em franca expansão no Brasil.

Já os caminhos que levaram Cezar para o Gema começaram a ser percorridos quando ele tinha apenas dez anos e começou a programar. “Meu pai, formado em engenharia elétrica, estimulava aquele hobby porque conhecia um pouco sobre programação.” Antes de ingressar no curso de Ciências de Computação no ICMC, em 2016, Cezar nunca havia ouvido falar sobre competições de programação. Durante a semana de recepção aos calouros, descobriu que o Gema existia e entrou para o grupo. “Muita gente critica quem participa das competições de programação dizendo que isso não tem aplicação prática porque, na vida real, os problemas não vêm prontos para a gente resolver. O que essas pessoas esquecem é que, resolvendo esses problemas, a gente desenvolve o nosso raciocínio lógico”, explica Cezar. Nicolas completa: “É assim que aprendemos estratégias para resolver problemas, um conhecimento que podemos aplicar em todas as áreas da nossa vida”.

Outro aprendizado relevante destacado pelos dois estudantes está relacionado ao trabalho em equipe. “Na maratona de programação, você precisa confiar muito na sua equipe porque o erro de um poderá derrubar todo o time. Por isso, a gente deve ser capaz de dar suporte aos colegas e suprir os possíveis erros que cometerem”, ensina Nicolas. Com certeza, esse é um aprendizado que contará muitos pontos na hora que esses estudantes se tornarem profissionais, não importa se optem por trabalhar em uma grande, média ou pequena empresa. 

Fonte: Computerworld





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