Analista de Sistemas cria software de inteligência artificial para prevenir infecções. |
A Tarde - Ao nascer prematura, em 2010, a bebê Laura passou 18 dias na unidade de terapia intensiva neonatal de um hospital de Curitiba, mas não sobreviveu.
A menina faleceu vítima de sepse (infecção geral grave do organismo causada por germes patogênicos), revela o pai, o analista de sistemas e especialista em fraudes sistêmicas, Jacson Fressatto.
A perda inspirou Jacson a criar o “robô Laura”, um sistema capaz de alertar possíveis infecções generalizadas em unidades de saúde.
Na quinta-feira, 6 de Abril de 2017, Fressatto esteve no auditório Luigi Faroldi, do hospital São Rafael, para apresentar aos profissionais de saúde da capital baiana como funciona o sistema.
Ele contou que foi motivado a criar o sistema porque queria saber quem era o culpado com o que tinha ocorrido com a filha. “A situação da Laura me fez perceber que o que faltava para a área médica hospitalar era a capacidade de integrar os dados”, comentou enquanto mostrava a ferramenta.
O “robô Laura” opera cruzando dados de cada paciente, diminuindo a chance de desenvolverem algum tipo de infecção, 0 auxiliando no monitoramento dos casos e alertando médicos e enfermeiros, caso o paciente necessite de atendimento.
Questionado sobre como criou o sistema, Fressatto, respondeu que logo após a morte da filha começou a estudar o que era a sepse, o modus operandi hospitalar e a segurança do paciente.
Ranking
Dados publicados pelo Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas) apontam que o Brasil lidera o ranking de casos de morte por infecção, em média, 250 mil pessoas são afetada por ano.
Durante a apresentação, o pediatra e coordenador do protocolo de sepse do hospital São Rafael, Roberto Sapolnik, mostrou as estratégias que a instituição utiliza para reduzir os casos. “Estamos interessados em melhorar o que a gente não acerta, por isso a tecnologia vai ajudar bastante”, disse.
Para a gerente médica e infectologista do São Rafael, Ana Verena Mendes, o “robô Laura” vai melhorar o gerenciamento de protocolo da sepse. “Este sistema de inteligência artificial vai auxiliar os profissionais da assistência na detecção precoce de sinais ou sintomas da infecção”, avaliou ela.
O “robô Laura” é um sistema oferecido, inicialmente, gratuitamente, sem custo para os hospitais filantrópicos. Segundo Fressatto, o sistema está sendo testado no hospital Nossa Senhora da Graças, em Curitiba.
O analista contou que para o desenvolvimento foi aplicada uma tecnologia cognitiva para armazenar dados. Ele lembrou que a implementação do robô tem ajudado no tempo médio de atendimento. “É preciso que os profissionais do hospital estejam envolvidos para que o robô ajude”, pediu.