GE quer ter 20 mil mulheres ocupando vagas de TI e Engenharias da companhia. |
A GE (General Eletric) anunciou, no último dia 8 de fevereiro de 2017, as metas de ter 20 mil mulheres ocupando vagas da companhia nas áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, na sigla em inglês) até 2020 e de obter representação meio a meio em todos os programas de iniciação técnica. O programa aumentará substancialmente a representatividade feminina nos cargos de engenharia, manufatura, TI e gestão de produtos – uma estratégia necessária para a GE acelerar a abordagem do permanente desequilíbrio entre os gêneros nas áreas técnicas e para se transformar completamente na maior companhia industrial digital.
Embora o setor inteiro esteja se esforçando, por meio da educação, de iniciativas subsidiadas e do advento de debates abertos, o avanço tem sido lento nessa questão. As áreas técnicas e de engenharia ainda são de domínio masculino, e a preparação atual de futuros talentos é insuficiente para atender às necessidades que estão por vir.
Sem que haja mais mulheres em tecnologia e manufatura, a GE acredita que a disparidade na qualificação aumentará, impactando a produtividade e diminuindo o potencial da tecnologia digital e de outras novas tecnologias que estão transformando a indústria e a manufatura.
Em um relatório lançado em 8 de fevereiro, a GE explica a crise profissional para mulheres em funções nas áreas de STEM. Nos Estados Unidos hoje, apenas 14% de todos os engenheiros e 25% de todos os profissionais de TI são mulheres. Apesar de elas constituírem até 55% de todos os estudantes universitários em geral, apenas 18% dos formandos em ciência da computação são mulheres, segundo o Escritório de Estatísticas dos EUA.
O relatório da GE ressalta a oportunidade econômica de eliminar o desequilíbrio entre os gêneros no setor:
- Nas principais gigantes de tecnologia, as mulheres ainda têm pouca representatividade, ocupando de 13% a 24% das vagas em tecnologia, sendo que de 17% a 30% galgam posições de liderança.
- Embora o número de mulheres tenda a ser maior que o de homens no ensino superior (55% contra 45%), a proporção é bem menor nas áreas de STEM.
- Quase 40% das mulheres com graduação em engenharia abandonam a profissão ou nunca atuam na área, de acordo com um estudo de 2014 amplamente citado.
- Segundo a OCDE, eliminar essa lacuna entre os gêneros pode elevar o PIB em até 10% até 2030. Um estudo mostrou que as empresas com mais diversidade de gênero tiveram desempenho 53% melhor do que as que menos diversas, inclusive com um aumento de 35% no ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) e de 34% no retorno total. Já economistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) descobriram que uma mudança na questão do gênero pode elevar a receita em 41%.
- A iniciativa privada tem um papel crucial a desempenhar no recrutamento e na retenção de mulheres no setor de tecnologia, com o apoio de governos, universidades e ONGs. O maior envolvimento das mulheres no setor terá um impacto socioeconômico real e positivo.
Comentando o estudo, Marco Annunziata, economista chefe da GE, afirmou: “Se não trouxermos mais mulheres para a tecnologia e a manufatura, haverá um impacto econômico significativamente negativo no setor. É um problema que deve ser tratado ativamente pelas empresas.”
A GE acredita que o imperativo comercial, somado aos permanentes desafios no recrutamento e na retenção de grandes talentos femininos em empregos nas áreas de STEM, significa que as organizações devem fazer um investimento real e contínuo na equidade de gênero.
A abordagem abrangente da GE define ações claras, incluindo a reavaliação de seu portfólio de educação executiva para que se alinhe melhor ao foco da companhia nas competências industriais digitais, bem como a introdução de um Conselho Consultivo de Tecnologia para fundamentar futuras estratégias de retenção – entre elas, oportunidades de promoção e desenvolvimento de liderança. A GE também continuará a referenciar, explorar e implementar programas e benefícios para os funcionários que promovam uma cultura justa e inclusiva, em que todos os colaboradores possam prosperar.