Mercado de jogos: saiba quanto ganha um profissional e como ingressar na carreira. |
EXTRA - Um passatempo que virou coisa séria: o Pipa Combate ganhou fama rápida e de forma natural entre os jogadores online. Rafael Maiworm desenvolveu o game por curiosidade, já que ele e seu sócio e amigo de infância, Breno Schmidt, sempre foram adeptos às brincadeiras de rua.
- Eu estava querendo entender como colocava um aplicativo na lojinha de celular. Fiz o básico e coloquei. Nisso a quantidade de pessoas baixando foi enorme.
Ele é formado em Informática há sete anos e sempre trabalhou na área, mas nunca tinha pensado em empreender na área de jogos enquanto estudava. Hoje, o empresário acredita que o número de downloads - são mais de 500 mil na Play Store, loja virtual do Android - seja por conta da novidade, já que nunca investiu em divulgação.
- Pipa é muito popular no Brasil e não tinha nenhum jogo nesse formato. Coloquei a vida real no joguinho. Não segui nenhum padrão e as pessoas gostaram. Os jogos são muitos semelhantes hoje em dia e o nosso fugia completamente dos outros.
Ao contrário de Rafael, Priscilla Vasconcelos ingressou em Ciência da Computação com um único foco: o mercado de games. Ela se formou na faculdade em 2013 e logo emendou na especialização, que dura dois anos.
- Quando fiz a graduação o processo de jogos era muito pequeno, não tinha visibilidade aqui no Brasil. As pessoas não viam como mercado, mas com o tempo foram surgindo os cursos de jogos virtuais.
Com 26 anos, Priscilla não ingressou ainda no mercado de trabalho, mas trabalha de forma independente.
- Faço jogos por conta própria. Tenho sete, alguns para celular outros para computador. O mais recente é o footbouncing, uma mistura de futebol com pong, um jogo dos anos 70. Desenvolvi com um amigo para fazer portfólio, ter o que mostrar.
Criatividade, empreendedorismo e persistência são as marcas para um profissional de sucesso, segundo o coordenador do curso de pós-graduação em Jogos e Animação Digital da UniCarioca, José Renato. O também professor na graduação em Ciência da Computação dá o caminho para quem pretende seguir na carreira.
- Quem tem interesse no universo do desenvolvimento de jogos deve levar em conta as subatividades. Exemplo: quem trabalha com programação vai desenvolver os códigos nos Motores de Jogos como Unity e Unreal que serão executados na interação dos personagens com o cenário e as ações do jogador. Estes códigos podem ser construídos em diversas linguagens de programação como: Java, C#, etc. A modelagem e animação são utilizadas na construção de personagens e cenários utilizando softwares específicos como: 3D Max, Blender. Sobre o game designer é fundamental a liderança da equipe de programadores e artistas no desenvolvimento do jogo, é o cabeça do projeto. Já a produção de áudio é responsável pela trilha sonora, efeitos, ruídos explosões.. Qualquer carreira que tenha gerado algum aprendizado nas atividades relacionadas, irão ajudar bastante em Desenvolvimento de Jogos e Animação Digital.
Os que transformaram o hobby em profissão vêem um mercado internacional aquecido, enquanto que no Brasil ainda se concentram as pequenas empresas que exportam seus jogos. José Renato indica que um salário pode chegar a 15 mil reais para os profissionais experientes.
- Muitas vezes os trabalhos que surgem é como freelancer. Estes trabalhos podem variar muito de valor. Podemos ter profissionais em início de carreira ganhando em torno de R$ 2.500 e, em alguns casos, estes valores sobem muito à medida que vão se tornando conhecidos no ramo ou em trabalhos internacionais.