Assembleia Legislativa do Paraná cria a "Bancada Digital" para defender os interesses da TI. |
A Frente Parlamentar de Tecnologia da Informação e Comunicação – ou a Bancada Digital, como já está sendo chamada – foi criada no inicio de dezembro com apoio massivo de parlamentares no Legislativo estadual e de representantes da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia (Assespro), Companhia de Informática do Paraná (Celepar), Sebrae, Fiep, dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), das secretarias de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e de Comunicação. Coordenei o movimento porque entendo ser necessário haver uma articulação ou mediação política, entre o Governo do Estado, empresários e universidades para aproveitarmos todo potencial e talentos que o Paraná concentra.
Mas por que dedicar tantos esforços para essa indústria? Por que se trata de uma indústria limpa, que não polui e ainda apresenta soluções como substituir impressão e gasto desnecessário de papel com arquivos na “nuvem”? Sim, representa um fator muito importante. Porém, além deste exemplo mais evidente, outros dados não podem ser esquecidos.
O novo cenário das maiores companhias do mundo mantém apenas 60 empresas das 500 grandes marcas listadas em 1955. O ponto em comum entre essas companhias: priorizar o desenvolvimento de tecnologias.
No Brasil, segundo Estudo Mercado Brasileiro de Software e Serviços 2016 (ABES/IDC), programas de computadores e serviços relacionados representam 3,3% PIB nacional. Somos o oitavo mercado mundial – 2,7% do investimento em TI mundial – e o PIB do setor, no Brasil, representa praticamente 1/3 do PIB do Peru.
O setor de tecnologia paranaense está entre os cinco maiores do país, ao lado de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. De acordo com a Assespro, o Estado pula para a primeira posição quando se trata da qualificação do processo de melhoria de software, ultrapassando o paulista em 2016. São mais de 20 mil empregos diretos no setor e pelo menos 40 mil indiretos, distribuídos em diversas partes do estado: Londrina, Ponta Grossa, Pato Branco e Foz do Iguaçu.
Mas podemos avançar ainda mais. Com a Bancada Digital, podemos concentrar e organizar os esforços e tornar o Paraná definitivamente uma referência na indústria de tecnologia. O processo de defesa do setor deve passar pela ampliação do acesso ao crédito, elaboração de projetos que beneficiem tal indústria e analisar a fundo propostas que possam prejudicar ou representar gargalo ao planejamento dos empresários. A estratégia tem dado certo com a Frente de Defesa do Comércio – que também criei para analisar com entidades representativas as regulamentações que atrapalham o comerciante – e irá garantir ao setor as condições ideais para o Paraná ser referência mundial em tecnologia e serviços relacionados.
Guto Silva é professor universitário, empresário, deputado estadual vice-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e criador da Frente Parlamentar de Defesa do Comércio e coordenador da Frente Parlamentar de Tecnologia da Informação e Comunicação.