domingo, 6 de novembro de 2016

Nas próximas décadas quem dominar programação "será protagonista" na sociedade.

Nas próximas décadas quem dominar programação "será protagonista" na sociedade.
Nas próximas décadas quem dominar programação "será protagonista" na sociedade.
Um mundo dominado por máquinas, casas suspensas, carros voadores. Se é isso que vem a sua mente quando você pensa em automação, em sistemas informatizados e inteligência artificial, está na hora de parar de assistir a filmes de ficção científica. A tecnologia estará, sim, muito mais presente na nossa vida no futuro próximo, mas como nossa aliada. E quem estiver aberto para essa nova realidade terá muito a ganhar em uma sociedade que mistura o real e o virtual e encontra nas informações disponíveis na internet um vasto campo de pesquisa para a tomada de decisões. “A Internet das Coisas (do inglês, Internet of Things), juntamente com o Big Data, já é e continuará sendo a forma de sistema inteligente mais utilizada no futuro próximo”, afirma Mateus Raeder, coordenador do curso de Ciência da Computação da Unisinos. “Com essas tecnologias, a saúde, a educação, a política, o mercado de trabalho, e diversos outros setores serão amplamente beneficiados”. O gerenciamento do patrimônio de uma empresa possibilitado por meio de sensores inteligentes interligados a um sistema computacional é um dos exemplos mais comuns de Internet das Coisas, segundo o estudioso.

Quando o assunto é Big Data, Raeder cita o sucesso da série House of Cards, da Netflix, como um bom exemplo do alcance da computação. Foram coletadas inúmeras informações sobre as preferências dos usuários: cliques em vídeos, popularidade de atores, tipos de personagem, tipo de trama que o público mais gosta. “Essas informações, quando reunidas e analisadas, mostraram o formato mais certeiro para o seriado ser um sucesso”, comenta.

De acordo com o pesquisador, esse processo de crescimento tecnológico é irreversível e, por isso mesmo, precisamos nos preparar para ele. O caminho? A programação. “O conhecimento de programação ajudará todos os profissionais e certamente se destacarão no mercado aqueles que souberem utilizar ferramentas certas a seu favor”, afirma. Para ele, recusar o aprendizado de novas tecnologias tornará o profissional defasado em relação aos demais, um problema e tanto no contexto em que algumas profissões serão extintas e muitas outras reformuladas.

A previsão do Fórum Econômico Mundial é de que a tecnologia vai redefinir o trabalho de 7 milhões de pessoas até 2020. É muita gente. “Os processos estão todos sendo automatizados e o profissional não pode ignorar essas mudanças. A própria profissão de programador é um exemplo do que estamos falando. Ela certamente não será extinta, mas passará a outro patamar, em que os clientes de um programador não vão solicitar o desenvolvimento de um produto pronto, mas, sim, vão querer programar seu próprio produto”, prevê.

A linguagem do futuro

Se, nos dias de hoje, o real e o virtual já se confundem, essa fusão será ainda maior nas próximas décadas. E, obviamente, quem melhor transitar entre essas duas realidades será protagonista na sociedade do futuro. Certamente, as pessoas estarão desenvolvendo seus próprios sites, criando seus próprios aplicativos e gerando seus próprios sistemas. Estar no mundo sem conhecer programação, no futuro, será como não saber ler e escrever atualmente, acredita Mateus. O professor prevê que, em algumas gerações, todos saberão programar, mesmo que de maneira inconsciente. E isso será aprendido também nas escolas do Brasil. “Tenho certeza de que dentro de alguns anos a educação básica brasileira (ensino infantil, ensino fundamental e ensino médio) contará com atividades específicas de programação. Isso se deve principalmente ao fato de que o futuro da sociedade depende da tecnologia, e todas as áreas do conhecimento (sem exceção) vão utilizá-la. Assim, é necessário que o conhecimento de programação seja disseminado na geração atual, para que no futuro os profissionais estejam preparados para sua utilização”, afirma.

É importante ressaltar que o ensino de programação na educação básica não quer dizer que os alunos serão programadores quando crescerem e encararem o mercado de trabalho. O ensino de programação para crianças é uma prática que estimula o desenvolvimento do pensamento lógico, a capacidade de resolução de problemas, a criatividade e auxilia no aprendizado de outras disciplinas, como matemática. Essas habilidades são cruciais para qualquer profissional de sucesso.

E não existe idade para começar. Quanto antes, melhor. “O ensino de programação para crianças acontece comumente por meio de jogos lúdicos e softwares educacionais. Esses sistemas utilizam cores e formas geométricas para fazer as crianças aprenderem a programar sem se darem conta do que estão aprendendo. São as habilidades criativas e lógicas que estão sendo exercitadas e aprendidas. Ensinar programação para crianças é fazer com que elas percebam e apliquem o raciocínio lógico para resolver as situações que aparecem, por mais simples que sejam. Elas estão aprendendo a programar”, explica Mateus.

Se não há discriminação para idade, tampouco há de gênero. Hoje, para expandir os espaços de atuação das mulheres no campo da tecnologia, muitas empresas — como Google e Microsoft — têm projetos de incentivo para programadoras.  No futuro, essa realidade pode mudar, se o estímulo começar cedo também para as meninas. Encorajar o estudo da área de exatas para as pequenas desenvolvedoras pode ampliar suas opções de carreira e apresentar profissões que, antes, eram ocupadas majoritariamente por homens.

O futuro é agora

Neste contexto, a universidade aparece como um moderador importante, que tem entre suas funções a de mostrar o lado perigoso desta nova realidade e ressaltar a importância da ética no uso da tecnologia. “Ela precisa ensinar aos alunos que a tecnologia deve servir para o bem da sociedade. Além disso, a universidade deve mostrar as diferentes formas de utilização da evolução tecnológica. Deve dar subsídios para que os egressos sejam capazes de escolher que tipo de tecnologia será mais apropriado para cada caso, dentro do contexto específico de cada área”, afirma o professor da Unisinos. “Outro papel fundamental é o de instigar os alunos a desenvolverem novas soluções tecnológicas, sempre pensando no bem da sociedade.”

Para o professor, a hora de pensar nos problemas da sociedade e de começar a resolvê-los com a ajuda da tecnologia é agora. “Os temas emergentes da sociedade atual só vão se agravar se não pensarmos nisso hoje. Pontos cruciais como mobilidade urbana, respeito às diferenças, transformação das profissões. São assuntos que devem ser alvo da inovação tecnológica aliada ao pensamento e à criatividade. E criatividade e pensamento são qualidades nossas, humanas, não das máquinas”, finaliza o especialista.

8 Passos rumo à programação

1 - Entenda que é possível criar coisas incríveis com a programação. Programar é uma atividade extremamente divertida e desafiadora. Além disso, a programação é uma "arte multidisciplinar", pois permite construir programas de computador para qualquer área do conhecimento.

2 - Tenha em mente que programar não é uma tarefa trivial. Requer muito mais do que apenas vontade. Exige dedicação, tempo, estudo e muita paciência.

3 - Para começar a programar, você precisará de uma lógica bem afiada. Para isso, existem cursos e tutoriais (alguns até mesmo gratuitos) que ensinam alguns aspectos básicos de lógica de programação.

4 - Em seguida, é interessante você já ter algo em mente para começar a desenvolver. Ter um problema para atacar. Por exemplo: se você tem uma empresa, pode pensar em desenvolver um sistema de cadastro de clientes e/ou de produtos do seu estoque. Se você é nutricionista, pode pensar em um website que cadastra seus clientes e realiza acompanhamentos e oferece dicas lá. Essas soluções prontas já existem e já foram programadas por alguém. Entretanto, desenvolver seu próprio sistema, além de proporcionar um grande aprendizado, permite que as soluções desenvolvidas sejam exclusivas.

5 - Defina a linguagem em que você irá desenvolver o sistema. Se for um sistema que rodará na internet, ele deverá ser implementado em uma linguagem web. Se seu sistema for um aplicativo móvel, você utilizará linguagens específicas para o tipo de sistema do dispositivo alvo (Android, iOS, etc.).

6 - Pense em um algoritmo para resolver o seu problema-alvo. Um algoritmo nada mais é que uma sequência finita de passos que serão realizados para chegar à resolução de um problema. Tente colocar no papel algumas ações imprescindíveis para que seu problema seja resolvido.

7 - Com essas informações em mente, procure tutoriais na internet, vídeos e leia livros específicos sobre a linguagem escolhida. Você conseguirá adquirir conhecimentos para desenvolver suas primeiras aplicações.

8 - Entretanto, se você deseja ser um programador profissional, o mais indicado é realizar um curso técnico ou uma graduação, como Ciência da Computação. Em cursos desse tipo, você aprenderá não apenas aspectos técnicos, mas conceitos importantes sobre lógica de programação e linguagens de programação, além de conhecer todas as fases do processo de desenvolvimento de software. É este profissional que as empresas estão buscando: que tenha conhecimento técnico e uma base sólida de conhecimentos, para desenvolver soluções criativas e inovadoras no contexto em que estiverem inseridos.

Fonte: GALILEU




> Comunidade Brasileira de Sistemas de Informação
> Fundada em 13 de Outubro de 2011
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