Japão vai construir supercomputador de 130 trilhões de operações por segundo. |
O Japão planeja construir um computador supereficiente que poderia chegar ao topo do ranking de supercomputadores do mundo no fim de 2017. O projeto da nova máquina prevê capacidade de processamento de 130 petaflops, o que a levará a superar em desempenho o atual líder mundial, o supercomputador chinês Sunway TaihuLight, com 93 petaflops de processamento ─ cada petaflop corresponde a um trilhão de operações por segundo.
O National Institute of Advanced Industrial Science and Technology (AIST) do Japão não quer apenas criar o supercomputador mais rápido do mundo, mas também o mais eficiente. Para isso, busca um consumo de energia abaixo de 3 megawatts, um objetivo e tanto, uma vez que o supercomputador japonês mais bem colocado no atual top 500, o Oakforest-PACS, opera com um décimo da performance (13,6 petaflops) com o mesmo gasto de energia. Já o chinês TaihuLight, que lidera o top 500, consome mais de 15 MW.
O instituto japonês também busca uma efetividade (a proporção do consumo total de energia, incluindo desde o exigido para resfriamento até a energia consumida pelos aparelhos computacionais) abaixo de 1.1. Esse é um valor PUE (potência elétrica total consumida pelo sistema) alcançado apenas pelos data centers mais eficientes do mundo.
O AIST planeja usar resfriamento líquido, uma técnica que também é utilizada pela companhia francesa Atos no seu design de supercomputador para a French Alternative Energies and Atomic Energy Commission (CEA). A Atos busca desempenho de 1 exaflop, mas não terá o computador pronto até 2020, enquanto que o Japão planeja ter sua máquina finalizada daqui um ano.
Enquanto outros países aperfeiçoaram seus principais supercomputadores para cálculos como modelação atmosférica ou simulações de armas nucleares, o instituto japonês está de olho em aplicações de aprendizado de máquina e deep learning no campo cada vez maior da inteligência artificial (IA) com o novo supercomputador.
O projeto do Japão carrega o nome de AI Bridging Cloud Infrastructure (ABCI), e tem a intenção de ser usado por startups, usuários já existentes de supercomputadores na indústria e acadêmicos, segundo um documento publicado pela AIST neste mês.
O supercomputador japonês será construído no campus de Kashiwa da Universidade de Tóquio, localizado a cerca de 40km da capital japonesa.
Fonte: Computerworld