Egressos de Gestão de TI criam app para amiga com paralisia cerebral se comunicar. |
Com o objetivo de proporcionar uma comunicação mais simples e rápida para a amiga com paralisia cerebral, os ex-estudantes do curso de Gestão da Tecnologia da Informação da Fatec de Tatuí (SP), Tiago Antônio da Cruz, José Felipe Brito Vieira e Tiago Aparecido de Souza, desenvolveram um aplicativo para tablet que ajuda a jovem Marina de Oliveira, de 22 anos, a se comunicar. Chamado de “App Marina”, o software apresenta frases prontas e pensadas em atividades do dia-dia da estudante. Assim que clicadas pela jovem, elas emitem som.
De acordo com o grupo, o aplicativo foi desenvolvido durante o Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado por eles em 2015. A ideia veio da professora orientadora , Patrícia Glaucia Moreno, que observou a dificuldade para se comunicar com a aluna de gestão empresarial. Antes do aplicativo, a jovem apontava palavras escritas em uma pasta com várias páginas e demorava para poder formar uma frase.
“Eu tinha dificuldade para me comunicar e entender adequadamente [a Marina] por causa da pasta. Levei o problema para os tecnólogos em gestão da tecnologia da informação. Eles idealizaram, projetaram e implantaram. A criação surgiu da ideia de transformar a pasta em um aplicativo”, explica a professora Patrícia.
Segundo a professora de Marina, Adriane Rumin, a comunicação da jovem era muito complicada. "Ela não podia levar a pasta em todos os lugares e até ela montar uma frase ficava muito difícil", conta.
Com a criação, a comunicação com Marina foi simplificada. Se anteriormente a aluna tinha que procurar as palavras na pasta, por meio do software basta que ela clique nas frases prontas apresentadas na tela.
De acordo com o estudante José Felipe, compreender o que a colega precisava foi o maior desafio para criar o aplicativo. “A principal dificuldade foi entender a necessidade da Marina, pois a partir daí colocamos a ideia primeiramente no papel para depois passar para o aplicativo”, comenta.
Importância da inovação
O pai de Marina, Volney Mattos de Oliveira, ressalta que a criação do projeto contribuiu para a melhora na vida da filha em todos os aspectos. “Quando chegava uma pessoa estranha, ela questionava como fazia para cumprimentar. Então, o desenvolvimento desse software foi muito importante. Ela também se comunica com o namorado, manda os recados e isso facilitou muito”, conclui.
Prêmio
Em disputa com outros 210 projetos na categoria Informática e Ciência da Computação durante a 10ª edição da Feira Tecnológica do Centro Paula de Souza (Feteps), realizada em outubro deste ano, o aplicativo foi premiado. A vitória surpreendeu os criadores. “Eu não sabia o que fazer na hora. Eu comecei a pular e gritar: ‘Professora, é nós’”, relata Viera.
Após a premiação, os tecnólogos recém-formados pretendem ampliar as funções do software com a inclusão de GPS e a possibilidade de criar e editar frases, além de expandir o uso para outras pessoas. Para isso, o trio trabalha na atualização do programa. “Estamos desenvolvendo a segunda versão do software. No caso, a segunda terá muito mais recurso que a primeira para desenvolver essa vantagem da inclusão social”, afirma Souza.