Computação cognitiva chega às salas de aula no Brasil. |
A computação cognitiva vem conquistando os primeiros lugares na grade curricular dos cursos universitários em todo o mundo. A tecnologia que transformou o IBM Watson na estrela do universo tecnológico contemporâneo vem inspirando universidades nos EUA, na Europa e no Brasil a formar parcerias com a IBM. Um dos maiores apelos é que o uso dessa tecnologia pode alavancar projetos em setores diversos. As habilidades do IBM Watson podem ser aplicadas a diversos casos de sucesso no segmento de negócios.
De campeonatos para construir robôs a competições de hackathons, a computação cognitiva já é nota dez em termos de atualização curricular. No Brasil, ESPM, Insper, FGV e a Universidade Presbiteriana Mackenzie são exemplos de instituições que estão trazendo a computação cognitiva para as salas de aula, com casos reais. Na ESPM, a ideia é mostrar aos alunos como a computação cognitiva pode ser um importante aliado no âmbito do marketing, como no caso do comportamento do consumidor.
Já para a graduação em engenharia do Insper, sobretudo da engenharia da computação, o objetivo é dar condições aos alunos para que eles possam adotar técnicas e métodos de computação cognitiva no desenvolvimento de habilidades para a resolução de problemas reais de engenharia. Mas há ainda a intenção de promover ações em conjunto com as áreas de economia e administração.
Os alunos da Universidade Presbiteriana Mackenzie terão a chance de saber como a computação cognitiva pode tornar a pesquisa acadêmica, seja no desenvolvimento de projetos de mestrado, seja no de doutorado, mais aderente a essa tecnologia. Mas os alunos do lato sensu também terão as primeiras noções de como incluir a computação cognitiva em projetos que envolvam Big Data/Analytics.
Quem também está apostando na computação cognitiva é a FGV, que construiu fundamentos desta área em TI para permitir o desenvolvimento de soluções e aplicações em tópicos de grande interesse em Administração, Finanças e Economia. Esta construção se apóia em conteúdos contidos em matérias como: aprendizado de máquina; semântica computacional; análise de grande volume de dados; e avaliação estratégica de soluções cognitivas. Toda orientação do curso será em conhecimento aplicado e sua imediata utilização na solução dos problemas existentes dos campos selecionados.
A expectativa é que a parceria da IBM Brasil com as universidades brasileiras alcance cerca de 600 estudantes até o início de 2017. No projeto, caberá à IBM Brasil a difusão de conhecimento, a mentoria de professores, o ambiente de treinamento, o desenvolvimento e a experimentação. Em alguns casos, a pesquisadora do Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil, Ana Paula Appel, comandará as aulas, com o apoio de Fabio Gandour, cientista-chefe do Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil e Fabricio J. Barth, líder técnico do IBM Watson no Brasil e na América Latina.
A difusão da computação cognitiva no ambiente acadêmico faz parte de uma estratégia mundial da unidade de negócios Watson, que é realizada em linha com o programa IBM Academic Initiative, oferecendo acesso gratuito a softwares da empresa, materiais didáticos e certificações a instituições de ensino. Estudos da IBM apontam que 90% dos dados disponíveis no mundo hoje foram criados apenas nos últimos dois anos, sendo que 80% deles são não estruturados (imagens, vídeos, etc.). Nesse contexto, a computação cognitiva é usada como um novo modelo para organizar o acesso a todas essas informações disponíveis, a fim de que os usuários possam avançar na solução de problemas complexos, sobretudo na esfera da medicina.
O diferencial dos sistemas cognitivos é sua capacidade incomparável de extrair informações valiosas de um conjunto de dados infindáveis, com inúmeras possibilidades combinatórias, o que exigiria um tempo muito longo de análise com os métodos tradicionais de tratamento da informação. “Estima-se que as respostas conseguidas pelos sistemas cognitivos alcançarão um grau razoável de precisão e, por isso, serão úteis para a tomada de decisão em várias atividades produtivas”, explica Gandour.
O marco da IBM nessa nova era da computação é o sistema cognitivo IBM Watson. Ele é capaz de analisar grandes volumes de dados e processar a informação na linguagem natural, ou seja, de modo mais semelhante ao raciocínio de um ser humano do que de um computador. , gerando hipóteses baseadas em evidências e dando respostas de caráter probabilístico. O sistema foi desenvolvido para aprender continuamente, adicionando valor e conhecimento ao longo do tempo e a partir das suas interações com os usuários.
Fonte: Convergência Digital