Aplicativo usa mineração de dados para plantio eficiente no amazonas. |
Desenvolvido no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), protótipo de um aplicativo móvel poderá auxiliar no plantio mais eficiente da mandioca no Estado.
A tecnologia foi criada pelo estudante de Ciência da Computação do Centro Universitário do Norte (Uninorte), Rodrigo Silva, sob a orientação do pesquisador da Embrapa da Amazônia Ocidental, Marcos Filipe Salame, também contou com a ajuda do cientista da computação Francisco dos Anjos Tavares, dentro do estudo intitulado “Uso de aprendizado de máquina para minerar dados de pesquisas sobre mandioca para extração de padrões e conhecimentos pertinentes à tomada de decisão estratégica”. O desenvolvimento do projeto contou ainda com a participação de outros pesquisadores da Embrapa: Inocêncio Junior de Oliveira, Marcos Vinicius Bastos Garcia e Mirza Carla Normando Pereira.
Pesquisadores que criaram o app. |
A pesquisa pretendia usar técnicas e recursos computacionais para auxiliar na tomada de decisão dos produtores rurais e, dessa forma, contribuir com a produtividade da mandioca no Estado. Segundo o orientador do estudo, as técnicas usadas eram aprendizado de máquina (da indução de hipóteses a partir de experiência passada), mineração de dados, entre outras.
“Em poucas palavras, mineração de dados é o processo de explorar grandes quantidades de dados à procura de informações. Fizemos mineração de dados a partir de informações coletadas ao longo dos anos pela Embrapa e identificamos uma grande lacuna relacionada à preparação do solo por parte dos produtores rurais”, disse Salame.
No Amazonas, conforme o pesquisador, o solo não é “muito adequado” para o plantio, tendo que ser devidamente nutrido. A nutrição realizada pelos produtores era feita de forma inadequada, resultando em desperdícios e baixa produtividade. O aplicativo móvel proposto será usado para obter uma recomendação de calagem e adubação do solo a partir da análise química para um plantio mais eficiente da mandioca.
“Esperamos que este trabalho possa fornecer ideias e estimular novos trabalhos seguindo essa área da computação aplicada à agricultura, também conhecida como agroinformática, facilitar e fortalecer a integração entre as áreas para que ocorra um apoio maior e menos resistência e que o aplicativo desenvolvido, quando disponibilizado no mercado, possa ser de grande utilidade para agricultores e técnicos do Amazonas”, explicou o pesquisador.
Incentivo a pesquisa
Finalista do curso de Ciência da Computação, Rodrigo Silva já participou de duas edições do Paic (2014-2015/2015-2016). Ele contou que o programa o incentivou a continuar na pesquisa. O estudante pretende começar o mestrado no próximo ano e continuar pesquisando sobre a computação aplicada à agricultura. “Aprendi muito, foi super gratificante. Pude ver na prática como utilizar toda a teoria que aprendemos na faculdade”, afirmou o jovem pesquisador.
Ao longo dos trabalhos, o grupo orientado pelo pesquisador Marcos Salame obteve algumas publicações e na linha de pesquisa com a mandioca conseguiram duas publicações. Uma no X Congresso Brasileiro de Agroinformática, realizado no Estado do Paraná e outra na XII Jornada de Iniciação Científica da Embrapa Amazônia Ocidental.
Fonte: Fapeam