sábado, 16 de julho de 2016

Brasil deve liderar América Latina em tecnologia, dizem especialistas.

Brasil deve liderar América Latina em tecnologia, dizem especialistas.
Brasil deve liderar América Latina em tecnologia, dizem especialistas.
"Os países do Norte já estão muito na frente. Temos que andar juntos para poder alcançá-los". Essa é a opinião de Rubén Delgado, presidente da Softex, sobre a posição atual da América Latina no mercado mundial de tecnologia. A Softex é uma agência vinculada ao estado brasileiro que tem o objetivo de ajudar empresas de tecnologia do país a vender seus produtos no exterior.

A fala de Delgado aconteceu durante o evento Brasil Tecnológico, em Lima, capital do Peru, que aconteceu nessa semana, entre os dias 11 e 13 de julho. O evento foi composto por uma série de palestras e rodadas de negócios entre empresários brasileiros e empreendedores peruanos que tinham como objetivo mostrar aos peruanos as soluções de tecnologia que o Brasil pode oferecer. E são muitas: segundo Delgado, o Brasil já é o líder incontestável desse mercado, e deve se manter assim por mais tempo.

Conhecendo os vizinhos

O Brasil Tecnológico foi promovido pela Apex Brasil (Agência brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). A Apex dialoga com as associações setoriais da indústria brasileira, como a já mencionada Softex, a ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos Médicos e Odontológicos) e a ABIMAQ (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) para ajudar as empresas brasileiras a chegar a novos mercados.

Segundo Rafael do Prado Ribeiro, Coordenação de Promoção de Negócios da Apex, o objetivo do evento não é apenas fechar negócios (embora a Apex espere gerar mais de R$ 60 milhões com o evento), mas também fortalecer a imagem do Brasil como um líder regional em tecnologia. Há muitos dados para justificar essa imagem: “A América do Sul é a região que mais importa produtos de alto valor agregado do mercado brasileiro. 70% do que a gente vendeu aqui foram produtos desse tipo”, diz.

Rafael também traz um dado interessante sobre as exportações brasileiras: embora elas tenham caído ligeiramente no último ano, o valor agregado dos produtos exportados aumentou. Isso pode parecer apenas um "prêmio de consolação", mas é muito mais que isso: é um sinal que a economia do país está se desenvolvendo a ponto de deixar de depender de commodities (produtos primários cujo preço varia muito, como itens agrícolas e minérios).

Superando essa dependência, o Brasil pode passar a focar também na exportação de produtos mais sofisticados, que trazem mais dinheiro e desenvolvimento ao país. “Você tem uma queda maior nas commodities porque o mundo desacelerou, mas o valor agregado continua crescendo nas exportações”, afirma Rafael.

Ja há uma série de empresas de tecnologia brasileiras com presença forte na América Latina. Uma delas é a Totvs, que oferece softwares de gestão empresarial. A Totvs já possui 25 escritórios fora do Brasil, além de um laboratório de pesquisa em San Francisco, nos EUA. Segundo o diretor comercial da região andina, Douglas Medeiros, os mercados externos respondem por cerca de 30% da receita da empresa.

Essa não é a única vantagem que eles trazem. Segundo Medeiros, estar presente em outros países também é estimulante para a Totvs por outros motivos: “O mercado internacional é algo que traz um desafio constante para nós de nos adaptarmos a novas culturas. Ele nos tira da zona de conforto e impede a estagnação da empresa, o que é bastante interessante”, diz.

Saindo do berço

Chegar além das fronteiras brasileiras, contudo, foi um longo processo. A Totvs deu início a ele entrando na Argentina em 1997. Naquele momento, o país estava no meio de uma aguda crise econômica, mas mesmo assim a empresa se aventurou por lá. Os resultados foram positivos e, em 2003, a empresa se estabeleceu também no México. Mais recente, o escritório de Bogotá, onde Medeiros trabalha, atende aos paises que ficam próximos da Cordilheira dos Andes, ajudando a empresa a adequar suas ofertas às demandas regionais desses países.

O caso da Totvs evidencia que esse processo exige anos de esforço e planejamento, e muitas empresas já estão começando esse caminho. Uma delas é a Cliever, fundada e dirigida por Rodrigo Krug, que se especializa na produção e venda de impressoras 3D de alta precisão para empresas.





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> Fundada em 13 de Outubro de 2011
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