Google divulga detalhes de seu computador quântico. |
Um grupo de pesquisadores do Google e da Universidade do País Basco, na Espanha, revelou os primeiros detalhes de uma nova abordagem para construir um computador quântico.
De acordo com informações divulgadas pelo site Inovação Tecnológica, a tática da equipe consiste em unir as duas principais tendências da computação quântica atual, já que ainda não se sabe qual é a melhor abordagem para construir um computador quântico.
A primeira abordagem é a técnica padrão ou clássica, que a equipe chama de “computação quântica digital”, e ela consiste em usar qubits que são interligados para formar circuitos chamados portas lógicas quânticas, de forma muito similar às portas lógicas eletrônicas dos computadores atuais. Cada porta lógica realiza um tipo específico de operação, de modo que elas devem ser programadas de antemão, usando algoritmos que são específicos para cada problema.
A segunda abordagem, que a equipe denomina de “computação quântica analógica”, utiliza qubits supercondutores, que não interagem uns com os outros, mas partem de um estado fundamental para gerar uma dinâmica contínua capaz de obter a solução ótima para problemas genéricos. Essa técnica é chamada de “recozimento quântico” e dá origem a processadores quânticos conhecidos como adiabáticos – essa é a tecnologia usada pela empresa D-Wave, que lançou o primeiro computador quântico no mercado.
Essas técnicas possuem vantagens e desvantagens, e a equipe uniu as duas, tentando aproveitar as vantagens de cada uma.
No experimento, feito nos laboratórios do Google em Santa Bárbara (Califórnia), bits quânticos supercondutores foram usados para digitalizar um computador quântico analógico de forma semelhante ao que é feito com os sinais de comunicação nas tecnologias convencionais.
Para fazer isso, o problema a ser resolvido foi dividido em uma sequência de portas lógicas quânticas, o que permitiu obter a computação quântica com maior complexidade já alcançada até agora: 9 qubits supercondutores gerando mais de 1.000 portas lógicas.
Além de demonstrar que a estratégia híbrida permite a solução de problemas universais (vantagem da computação quântica analógica), o sistema é muito rápido (vantagem da computação quântica digital).
O próximo passo será incorporar um sistema de correção de erros que possa garantir que o sistema consiga repetir suas computações de forma consistente. “Quando combinada com a tolerância a falhas, nossa abordagem se tornará um algoritmo de propósito geral que é escalável,” concluiu a equipe.