quinta-feira, 2 de junho de 2016

Europa vai precisar de 650 mil profissionais de TI em 2017.

Europa vai precisar de 650 mil profissionais de TI em 2017.
Europa vai precisar de 650 mil profissionais de TI em 2017.
António Mira, diretor das divisões da indústria da Siemens Portugal, afirma em entrevista, que, “em 2015, a Europa fechou o ano com uma lacuna de aproximadamente 340 mil profissionais de TI, para 2017 “esta necessidade aumentará para praticamente 650 mil e acrescenta que a Comissão Europeia “prevê que, até 2020, sejam mais de 900 mil as ofertas de emprego na área das TI, em toda a Europa”. Apenas Portugal, as estimativas apontam para 15 mil o número de profissionais necessários nesta área. Na entrevista, a que respondeu por escrito, o responsável da Siemens Portugal refere ainda que as engenharias – áreas da indústria, energia e infraestruturas – são uma garantia de empregabilidade e cita o presidente da Ordem dos Engenheiros quando, há cerca de um ano, referia que “há pouco mais de 3% de desemprego no setor”, quando o desemprego jovem anda pelos 30%.

Que razões levam a uma redução do número de alunos portugueses que optam pelas vertentes científicas e tecnológicas no ensino secundário?

Parece-nos que os jovens estão ainda pouco despertos para as áreas da engenharia, ou porque desconhecem as suas potencialidades em termos de carreira e os seus incentivos, nomeadamente a taxa de empregabilidade, ou porque as consideram estressantes. Por isso temos colaborado com várias universidades para eles venham a conhecer as áreas em que atuamos – Indústria, Energia e Infraestruturas - e contribuir para atrair para estes setores os melhores talentos. Mas ainda há um percurso a percorrer. Há cerca de um ano, por exemplo, o presidente da Ordem dos Engenheiros referia que há pouco mais de 3% de desemprego no setor, quando o desemprego jovem ultrapassa os 30%. Outro exemplo que não nos cansamos de dar é o da ATEC, da qual somos uma das empresas fundadoras. Esta Academia de formação tem taxas de empregabilidade de 80%. Indicadores destes levam-nos a crer que os jovens deviam olhar mais para as vertentes científicas e tecnológicas quando estão a desenhar o seu percurso acadêmico e profissional. Para além disso, nem só de projetos enfadonhos se faz a engenharia. Foram engenheiros com recurso a software da Siemens que desenharam o carro de fórmula 1 da Red Bull e o Mars Rover que aterrou com sucesso em Marte, a promoção de projetos como estes também pode encorajar os jovens a olhar para a engenharia com outros olhos.

Há falta de promoção das engenharias por parte do Estado?

A promoção da engenharia tem que começar desde cedo, na formação de base e isso está a acontecer através de várias iniciativas que unem as instituições de educação e as empresas privadas. Agora para termos uma indústria 4.0 competitiva, também temos que promover uma educação 4.0 que esteja adaptada a esta nova realidade e à forma como esta transformação está a acontecer rapidamente. O Estado tem dado demonstrações claras que quer apoiar e incentivar esta industria digital e, exemplo disso, é a criação de um Comité Estratégico para Indústria 4.0. do qual a Siemens também faz parte. Através desta iniciativa, o Governo quer posicionar o País na “linha da frente” da quarta revolução industrial e quer que as empresas ajudem a definir as prioridades em matéria de digitalização da economia.

Alguns países divulgam rankings de técnicos superiores necessários num horizonte temporal definido. Portugal também o devia fazer? Divulgando, por exemplo, o número de engenheiros informáticos, ou de outra especialidade, necessários durante a próxima década?

Penso que esses números são conhecidos. Em 2015, a Europa fechou o ano com uma lacuna de aproximadamente 340.000 profissionais de TI, segundo os números que foram tornados públicos. Para o ano que vem, em 2017, esta necessidade aumentará para praticamente 650.000.  E a Comissão Europeia prevê que até 2020 sejam mais de 900 mil as ofertas de emprego na área das TI, em toda a Europa, e em Portugal o número de profissionais necessários poderá chegar aos 15 mil, segundo se estima. Ao analisar estes indicadores torna-se claro que temos que acelerar o passo, para reduzir esta lacuna e potenciar a indústria nacional.

A digitalização vai afetar todas as áreas de atividade, da indústria à agricultura, passando pelos serviços. Não acha que falta mais informação sobre esta “ameaça” que também pode ser interpretada como uma “oportunidade”?

Na visão da Siemens, a digitalização dos diferentes sectores de atividade traz enormes oportunidades, porque estes podem ser mais produtivos e eficientes e, consequentemente, mais competitivos. Até as diferentes “ameaças” que têm sido identificadas podem ser desmitificadas. Vejamos a temática dos recursos humanos na Indústria, por exemplo. A nossa mais moderna fábrica de componentes eletrônicos em Amberg, na Alemanha, emprega 1200 colaboradores - um número que se mantém sem grandes alterações desde há 25 anos. Contudo, a produção da fábrica aumentou oito vezes e já tivemos de construir novas fábricas. Portanto, criaram-se novos postos de trabalho - incluindo na área da Investigação e Desenvolvimento, mas também em sectores cujas atividades são mais simples. Ao aumentar o nível de automação deslocalizam-se os recursos humanos para novas áreas – continuam a ser muito necessários – o que muda são as qualificações e características pretendidas. A qualificação dos recursos humanos, nesta área, em Portugal, está a dar importantes passos. As instituições de ensino estão a investir, não só por ser uma tendência de mercado, mas porque constataram que as empresas procuram recursos com este tipo de competências. Existem vários exemplos que podemos mencionar: o Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação, da Universidade Nova de Lisboa, que está a leccionar uma pós-graduação em Digital Enterprise Management, ou a ATEC, que mencionei anteriormente, que acabou de lançar um curso na área da cibersegurança.

Fonte: Económico.




> Comunidade Brasileira de Sistemas de Informação
> Fundada em 13 de Outubro de 2011
> E-mail: comunidadebsi@gmail.com
Local: Manaus, Amazonas, Brasil.

‍



Geeks Online: