3 hábitos que farão de você um profissional de TI diferenciado. |
A concorrência no mercado de TI aumenta a cada ano que passa, já que as novas gerações de profissionais da área tem acesso a muita informação de qualidade. Conhecimento técnico e de negócio sempre terão o seu valor mas, sozinhos, já não são atributos que podem te destacar no meio da multidão.
Neste artigo, quero te apresentar 3 hábitos que podem fazer de você um profissional diferenciado, e algumas dicas para te ajudar a inseri-los em sua vida. Leia até o final, você não vai se arrepender.
Hábito 1 – Cultive a intenção de fazer coisas incríveis
Você coloca a intenção de realizar algo incrível em tudo o que faz?
Quando eu digo tudo, é tudo mesmo: uma tela do sistema, um projeto inteiro, um simples café, o almoço de domingo, um passeio com o seu filho, um atendimento ao cliente…
Essa intenção vai te ajudar a não ser medíocre. Acha que essa palavra é forte? Saiba que ser medíocre significa ser médio. E a sociedade te empurra para ser medíocre. Tirar notas médias pra passar de ano. Ser um funcionário médio pra manter o emprego. Tudo vai bem se o nível de aprovação de um governo for médio. Se tá na média, tá bom.
É diante desse cenário que surgem os gênios. São pessoas que não se conformam com a mediocridade e buscam a excelência naquilo que fazem. Todos os dias.
Você acha que a genialidade vem do berço? Alguns aspectos podem até favorecer, como heranças culturais e maior acesso às oportunidades. Mas os grandes gênios da humanidade não são apenas um fruto do acaso.
Da Vinci não pintou a Monalisa “do nada”. Einstein não criou a Teoria da Relatividade Geral de um dia pro outro. Beethoven não acordou um belo dia e pensou “nossa, vou compor a Quinta Sinfonia!”.
Dia após dia, eles tentaram fazer a sua arte da melhor forma possível, e a masterização os levou cada vez mais próximos da perfeição. Nessa busca incansável por ser melhor, BUM – algo incrível surgiu.
Qualquer pessoa tem a capacidade de criar algo que pode mudar o mundo. A diferença é que alguns buscam fazer isso todos os dias.
E como adquirir esse hábito?
Antes de começar a fazer algo, pense no resultado final mais fantástico que você consegue imaginar, sem restrições de tempo e orçamento. Na hora de implementar, faça o possível para alcançar esse resultado com os recursos que tem à mão. Não fique frustrado se não conseguir fazer o que imaginou, pode ter certeza de que as idéias que teve vão se conectar a alguma outra coisa no futuro.
Praticar o overdelivery costuma funcionar bem para esse exercício. Ao tentar entregar mais do que o esperado, seu cérebro vai te empurrar pra fazer algo incrível, para que o efeito surpresa da entrega seja ainda mais arrebatador.
A combinação constante dessas duas práticas vai abrir muitas portas, e vai elevar a sua carreira a um outro nível.
Hábito 2 – Não seja o herói
Toda equipe tem um herói, aquela pessoa de confiança que faz de tudo, participa de todas as decisões importantes e consegue resolver qualquer tipo de problema. É a salvação de todo chefe.
Ele parece fundamental na empresa, e até se sente como tal. Mas quer saber? Ser o herói é uma péssima idéia. E ter um herói na equipe atrapalha mais do que ajuda.
O herói trabalha muito mais, vive cansado e fica no escritório até tarde todos os dias. Ele tem dificuldade até para tirar férias, que sempre são remarcadas quando o projeto está numa fase delicada. E quando consegue, não pode desgrudar do telefone, porque alguém sempre precisa de ajuda com algum problema urgente.
Conhece essa história? Se esse parece o filme da sua vida profissional, talvez você não goste do que vai ler a seguir.
Heróis trabalham demais porque não sabem dividir o trabalho. Passam metade do dia em reuniões, e na outra metade precisam passar o trabalho pra equipe. Eles precisam analisar tudo, conferir tudo, e opinar sobre tudo – e consideram que isso é necessário, porque acham que a equipe não tem conhecimento, visão dos processos e comprometimento. Eles centralizam o trabalho e se tornam um “cotovelo” no processo. Isso deixa a equipe mais lenta e limita a sua capacidade.
Quando você é o herói, o parágrafo acima machuca o ego. E digo isso com autoridade, porque passei boa parte da minha carreira bancando o herói e sei o quanto esse comportamento atrasou a minha evolução e das pessoas que trabalharam comigo.
E como adquirir esse hábito?
Aprenda a delegar. Parece simples, mas é bem mais difícil do que imagina.
Delegar é confiar. E confiança é algo que você precisa ajustar na sua cabeça, e não na cabeça da pessoa que recebe a tarefa.
Não adianta passar algo pra alguém fazer se você vai perguntar o status a cada 10 minutos, e nem se você vai revisar todo o trabalho no final. Outro grande erro é fazer toda a parte difícil e delegar só a parte fácil – por exemplo, quando um analista sênior diz com orgulho pro chefe “eu entreguei a solução pronta, ele só precisa escrever o código!”.
Às vezes, as pessoas não vão fazer da melhor maneira, e vão demorar mais tempo do que deveria. Às vezes vai dar merda, e talvez você tenha que assumir algumas buchas no começo. E tá tudo bem, ninguém aprende sem errar.
Autonomia e liberdade desenvolvem o senso crítico e a habilidade de encontrar soluções. E os erros, além de gerar aprendizado, criam o sentimento de responsabilidade sobre o que é feito.
No curto prazo pode ser mais dolorido, mas com o tempo os resultados aparecem. Não desanime se o começo for difícil, sua carreira vai decolar quando você começar a jogar o jogo do longo prazo.
Hábito 3 – Faça mais, discuta menos
O mundo corporativo criou um ambiente onde tudo precisa ser cuidadosamente avaliado antes de ser feito. Afinal, uma decisão errada pode custar milhões.
O resultado disso é um mar de reuniões inúteis, recheadas de discussões intermináveis e sem sentido. Coisas que podem ser feitas em 2 horas são discutidas por 10 horas.
Analisar incansavelmente uma atividade não vai garantir que as melhores decisões sejam tomadas, e também não evita todos os erros possíveis.
Em muitos casos, é melhor botar a mão na massa logo. Fazer e visualizar os resultados ajuda a formular opiniões e obter feedback, abrindo o caminho para um ciclo de melhoria contínua.
É por isso que muitas empresas se tornam lentas e são ultrapassadas pelas startups. Enquanto a grande e poderosa empresa discute prós e contras, a startup faz, coloca no mercado, implementa melhorias e rouba os seus clientes.
Não estou dizendo que discussões e reuniões são sempre inúteis. Só estou dizendo que não é necessário gastar tanta energia com isso.
E como adquirir esse hábito?
Se a atividade for simples, faça antes e discuta depois. Na maioria das vezes, ver o resultado do trabalho reduz (ou até elimina) a necessidade de discutir.
Se for algo mais complexo, trabalhe com o conceito de Produto Mínimo Viável (MVP): faça apenas o mínimo para que a atividade gere o valor esperado, disponibilize para uso e recolha feedback o mais rápido possível para planejar e implementar melhorias. Dessa forma, você vai reduzir o escopo e, consequentemente, a quantidade de tempo para discutir o que vai ser feito.
Não fique reclamando que tudo é demorado, que marcaram mais uma reunião idiota, ou que ninguém te escuta. Se você tem as ferramentas na mão, vai lá e faz!