quinta-feira, 21 de abril de 2016

Desenvolvedores vencem hackathon com app para "choro livre".

Desenvolvedores vencem hackathon com app para "choro livre".
Desenvolvedores vencem hackathon com app para "choro livre".
Da política, do time de futebol, do tempo, do trânsito e de tudo mais: qualquer coisa parece ser uma boa razão para reclamar do nosso dia-a-dia agitado e estressante. E mesmo quando não tem nada errado, ainda assim às vezes sentimos aquela vontadezinha de nos queixarmos de algo, mesmo que seja só para dar uma aliviada no mau humor.

Essa é exatamente a premissa do novo aplicativo Mimimi, um "assistente pessoal de reclamações" onde o choro é livre e qualquer um pode reclamar da vida à vontade, sem o perigo de ser julgado publicamente em redes sociais e com um extra: recebendo uma resposta bem-humorada de volta.

"Qualquer reclamação, qualquer coisa ruim que acontecer com você, é só descarregar no aplicativo", contou Pedro Paulo Corrales Faria, um dos cocriadores do Mimimi. "Quando você estiver em um momento negativo, o app vai lá e arranca um sorriso, dando uma resposta completamente 'cretina' àquilo que você acabou de escrever, usando inteligência artificial".

O serviço surgiu após um brainstorming de ideias de seis desenvolvedores que se conheceram na fila da edição paulistana da hackathon global AngelHack, que foi realizada em parceria com o IBM THINKLab neste final de semana e reuniu 221 participantes e 48 projetos.

Na prática, o app funciona como uma interface de texto em que qualquer um pode reclamar à vontade no aplicativo e receber uma resposta da inteligência artificial do sistema, apelidada de "Chupeta 2000". Se você reclamar que o pneu do seu carro furou, um seco "o trânsito fica melhor sem você" poderá seguir; se a reclamação for da falta de dinheiro, a sugestão do app poderá ser "podia estar trabalhando mais e reclamando menos aqui". 

Para detectar as reclamações dos usuários e responder de forma relevante, a equipe integrou a API Natural Language Classifier, do sistema de computação cognitiva IBM Watson, ao app. O time "treinou" a solução durante as 30 horas da hackathon para formar um banco inicial de respostas, mas a expectativa é que agora a aplicação cresça sozinha e crie cada vez mais diálogos possíveis através das mensagens e feedbacks enviados por usuário.

O grupo criou também uma espécie de rede social interna para o app, onde os próprios usuários poderão curtir, descurtir ou dar suas próprias respostas às melhores e piores reclamações do dia — o que também deverá ajudar no refinamento das interações dentro do Mimimi. "A gente acredita que o humor coletivo é muito mais interessante que o de uma pessoa só, então a partir do momento que o app estiver rodando, novos comentários vão surgir e entrar no banco de dados e usar a inteligência coletiva em favor do app, a gente vai buscar o humor nos metadados", explicou Pedro Paulo.

Apesar da vitória na hackathon, o app não para por aqui. O Mimimi foi desenvolvido já com um plano de negócio e escalabilidade formatado e o grupo agora espera transformá-lo em uma plataforma para empresas receberem reclamações em tempo real de clientes. A ideia é utilizar geolocalização e a computação cognitiva para a análise de discurso das postagens de usuários, em busca de menções negativas à marcas ou empresas, que poderão ser utilizadas como analytics para  melhoria de produtos e serviços. O app está em fase final de desenvolvimento e ainda deverá ficar em "refinamento" por mais algumas semanas antes de ser colocado no ar para sistemas Android e iOS. 





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