Arduino 'baratinho' brasileiro promete ensinar programação nas escolas. |
Um professor da Universidade de Fortaleza desenvolveu uma placa de circuito impresso (PCB, na sigla em inglês) digna dos filmes do MacGayver. A Marminino, também conhecida como o Arduino cearense, utiliza o mínimo de componentes possíveis para entregar uma PCB barata e funcional. O projeto foi criado para ensinar alunos de escolas públicas a desenvolverem sistemas de robótica e aparelhos autômatos.
O grande diferencial da Marminino está justamente na praticidade. Criada a partir de componentes mais simples e fabricada quase que de modo artesanal, a PCB tem algumas características que a fazem ideal para ser usada em escolas. A começar pelas trilhas de circuitos mais grossas, mais fáceis de fabricar. Outro ponto positivo está na possibilidade dela ser alimentada por pilhas, o que traz mais estabilidade e deixa o projeto mais barato.
Aliás, o preço baixo é parte fundamental. Enquanto uma Arduino pode custar entre R$ 50 e R$ 100, a Marminino, sem contar as ferramentas, tem um custo de fabricação de menos de R$ 20.
“No início, a ideia era comprar Arduino para ensinar robótica e programação aos meus alunos. Mas o preço, além da burocracia, tornou inviável e pensei: por que não fabricar uma PCB?”, conta Daniel Chagas, professor da UniFor que também dá aulas em uma escola pública de Massejana, região metropolitana de Fortaleza.
A Marminino conta com processador ATMEGA 328 PU, possui conector para adicionar porta USB, jumper para alterar a fonte de energia, além de ser totalmente compatível com o Arduino, o que permite que ela também seja utilizada em projetos maiores.
Entre alguns projetos já criados com o Arduino cearense estão um sistema de irrigação automático, comunicadores via rádio, além de robôs seguidores de trilha, todos projetados por alunos de ensino médio do professor Daniel.
Todo o projeto da Marminino é open source. Os componentes necessários para fabricação, assim como o software para configuração estão disponíveis no site do projeto.
“A ideia não é comercializar a Marminino, mas estimular que outras escolas públicas do Brasil ensinem programação e robótica com open hardware”, projeta Daniel.