Especialista afirma que remuneração baixa na TI é culpa da economia brasileira. |
O ano está acabando e as perspectivas para a carreira de muitos profissionais de TI começam a passar por mudanças. Afinal, com a instabilidade da economia e um mercado que passa por transformações cada vez mais drásticas e inesperadas, é preciso estar atento para as oportunidades que surgem pelo caminho.
Um estudo divulgado em dezembro garante que há mais vagas abertas para profissionais de Tecnologia da Informação do que pessoas para ocupar esses postos.
Mas para muitos dos leitores que se manifestaram em nossas redes sociais, as empresas exigem candidatos excessivamente qualificados e a desvalorização é notável.
De acordo com Antônio Loureiro, presidente da empresa de recrutamento Conquest One, há um motivo para isso. “As empresas estão mais exigentes porque, se não forem, não conseguem ter os respectivos produtos desenvolvidos. A exigência é no sentido de que os profissionais se atualizem e que acompanhem o mercado”.
O executivo também diz que a desvalorização da remuneração de profissionais de TI está principalmente ligada à queda na economia brasileira. “As empresas, antigamente, cumpriam o papel de auxílio no desenvolvimento do profissional, bancando cursos, etc. Elas passaram a abandonar esse papel, de formar profissionais, e a cobrar mais por um profissional pronto”.
Mas, ainda assim, há motivos para ter esperança em 2016. De acordo com outros analistas, o ano que vem pode ainda não ser o período dos sonhos para quem está procurando emprego na área, mas não há motivo para desanimar. Saiba onde encontrar vagas de TI a partir de janeiro:
Desenvolvimento web e mobile
De acordo com Fábio Saad, gerente sênior da empresa de recrutamento Robert Half, o profissional com experiência na produção de aplicativos para smartphone e web está bem encaminhado em 2016. “O que acontece nas empresas hoje é que o consumidor compra na hora que quer, como ele quer, do jeito que quer. As empresas que estão investindo nessa transição têm bastante demanda de trabalho”, diz. Faixa salarial: a partir de R$ 2,5 mil (segundo o site de empregos Catho)
Arquitetura e desenvolvimento em cloud
Computação na nuvem é a tendência a ser seguida pelas empresas em 2016. Pelo menos é o que garante André Ribeiro, gerente de mercado da empresa de planejamento de carreira Produtive. “As empresas querem profissionais não só com conhecimento técnico, mas também uma visão estratégica de negócios”, sugere ainda o analista. Faixa salarial: a partir de R$ 3 mil (júnior)
Ribeiro também chama a atenção para a crescente demanda por administradores de bancos de dados (DBAs), que deve seguir forte no próximo ano. Além disso, analistas de tráfego, capazes de traduzir tendências em inteligência para a administração da empresa, também estarão em alta. Faixa salarial: de R$ 8 mil a R$ 15 mil, dependendo da experiência e porte da empresa.
Exigências
Segundo Fábio Saad, a área de TI, hoje, pode ser considerada “vanguardista”. Afinal, “quem está se formando hoje pode estar mais preparado do que quem se formou há 10 anos”, muito por conta das constantes transformações no setor, diz ele.
Pensando nisso, os analistas reafirmam a necessidade que os candidatos devem ter de manter-se sempre atualizados, e em mais de uma área se necessário. De acordo com Saad, a tendência é que os investimentos do mercado sejam retidos no próximo ano, mas “dentro de uma empresa, TI está sempre no foco de investimento”.