domingo, 8 de novembro de 2015

Pai e filho ensinam programação para crianças carentes na Grande São Paulo.

Pai e filho ensinam programação para crianças carentes na Grande São Paulo.
Pai e filho ensinam programação para crianças carentes na Grande São Paulo.
Com nome de astro da música e boa vontade, o desenvolvedor de softwares Michael Jackson Moraes, de 34 anos, doa tempo, paciência e muito carinho para crianças em situação de vulnerabilidade na ONG (organização não governamental) Nova Era, no Jardim Miranda, em Mauá, na Grande São Paulo. Ele é um instrutor do Code Club, uma rede de voluntários que ensina programação para crianças em todo o mundo. Ao lado dele, o filho Matheus, de 9 anos, é assistente e voluntário mirim do projeto.

"Eu sempre quis ajudar crianças carentes e busquei uma forma de ensinar o que eu sei fazer de melhor, que é programar, para mudar o futuro dos pequenos. Na internet, eu encontrei um programa que se encaixava na minha proposta e comecei a buscar um lugar para dar início ao trabalho", explica Moraes.

O projeto o Code Club, que qualificou Moraes como instrutor, teve início no Reino Unido e foi trazido para o Brasil em 2013. Com um software desenvolvido pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology - Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em tradução livre), referência mundial em tecnologia,  ele consegue "desenvolver o intelecto e o raciocínio lógico dos participantes", segundo ele.

"Tem muita criança talentosa, mas sem oportunidade. A única opção de futuro que eles encontram no dia a dia é entrar no tráfico de drogas". De acordo com Michael Jackson Moraes, há alunos que convivem com violência doméstica, alcoolismo e drogas.

Vidas melhores

O curso teve início na ONG Nova Era em 2014, após a ajuda da comunidade com a compra de computadores e o desenvolvimento das aulas. Em quase dois anos, o projeto já mudou vidas – inclusive a de Matheus, filho do professor, que tinha dificuldades de concentração.

"Eu preparei meu filho durante um ano de treinamento, antes mesmo de começar o projeto, para que ele pudesse ajudar as crianças. Ele é hiperativo, mas, com paciência e direcionando a energia dele para a atividade, ele aprendeu a se concentrar. Às vezes, ele tem mais desenvoltura que eu, é um ótimo assistente."

Matheus tem apenas 9 anos e já sabe o que quer ser quando crescer: "Um astronauta ou um cientista. Quero achar a cura de doenças e ajudar as pessoas", explica o garoto enquanto ajuda os colegas com a programação de desenhos animados e jogos.

Vitória Fernanda Martins López, de 9 anos, também tornou-se uma criança diferente após o início das aulas. Segundo a mãe da menina, a instrumentadora cirúrgica Vera Lúcia Munhoz López, de 41 anos, a filha sofre de um problema de audição que, com as aulas, é minimizado.

"Aqui, ela aprende a ter concentração e consegue absorver mais o que aprende. As notas dela na escola também melhoraram e as dificuldades ficaram para trás. Em casa sou eu que aprendo com ela a mexer em novas tecnologias", diz Vera Lúcia.

Segundo Michael Jackson, além da parte técnica e do desenvolvimento, as crianças têm mais um aprendizado: a autoconfiança. "Elas descobrem que são capazes de realizar o que quiserem. Os alunos são os criadores da realidade deles. Eles saem daqui com a ideia de que eles podem, eles são capazes e eles conseguem", revela.

Como funciona?

O Code Club é uma rede mundial de voluntários sem fins lucrativos que acredita que o ensino de programação para crianças é fundamental em um mundo cada vez mais digital. "Se antes saber criar planilhas, utilizar um editor de texto e acessar a internet era um diferencial, hoje isso não é mais o suficiente", afirma o líder do Code Club Brasil, Felipe Fernandes.

"As crianças já nascem cercadas de dispositivos conectados à internet, mas, mesmo sendo nativas digitais, são apenas consumidoras passivas de plataformas fechadas", analisa.

O projeto foi criado por Clare Sutcliffe e Linda Sandvik, no Reino Unido, em 2012, e foi trazido ao Brasil em 2013, pelo engenheiro e pesquisador Everton Hermann. Em 2014, a plataforma passou a ser distribuída pela fundação brasileira Lemann, integrando a proposta Programaê! - programação para todos. 

Atualmente, são mais de 160 salas espalhadas por todas as regiões do país e a meta é que cada uma das quase 200 mil escolas do Brasil tenha um clube onde as crianças tenham a oportunidade de aprender a programar e fazer seus próprios aplicativos de maneira gratuita.

Como ajudar? 

Para cumprir a meta de incluir um Code Club em cada escola brasileira, o projeto iniciou uma campanha de financiamento coletivo (vaquinha virtual) no Benfeitoria. Com o dinheiro, a organização pretende formalizar a operação no país e realizar parcerias para receber mais recursos de empresas e instituições que queiram contribuir como avanço do programa.

Outra parte do valor arrecadado será utilizada para a realização de ações de incentivo ao ensino tecnológico para crianças, elaboração e tradução de material didático e melhoria dos mecanismos de suporte aos clubes já existentes. A campanha vai até o dia 7 de novembro.

"Até o final do ano, queremos criar mais trinta clubes em todo o Brasil, o que deve impactar mais de 600 crianças", revela Felipe.

A ONG Nova Era, em Mauá, também pede a ajuda da população com voluntários de Code Club e doações para manter a instituição.

Serviço 

ONG NOVA ERA 

Telefone: (11) 4576-7780
Endereço: Rua Eça de Queiroz,381 – Jardim Miranda – Mauá – SP

CODE CLUB

Para ser um voluntário, acesse o site
Para colaborar com doação na vaquinha virtual, clique no link.

Leia mais em: http://zip.net/bpsl1H




> Comunidade Brasileira de Sistemas de Informação
> Fundada em 13 de Outubro de 2011
> E-mail: comunidadebsi@gmail.com
Local: Manaus, Amazonas, Brasil.

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