Com 'home office' profissionais de TI ganham em dólar sem sair do quarto. |
Duas vezes por semana, Pietro Coelho Pereira tem reuniões com colegas da empresa para a qual trabalha como programador, em Boston (EUA). A diferença é que ele faz isso sem sair do quarto, em Criciúma, no Sul catarinense. Como ele, outros jovens catarinenses têm conseguido trabalho em empresas estrangeiras sem sair de casa - e ganhando em dólar.
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"Em casa é bem mais prático do que todo dia levantar e ir para a empresa. Também é um ambiente bem mais amigável, não tem essa questão de chefe, de líder", diz o jovem. Ele sonha em viver no exterior, mas ainda não terminou a faculdade.
Enquanto isso, ele aproveita essa oportunidade do "home office" para aperfeiçoar o inglês e, principalmente, ganhar experiência na área.
Oportunidades com a que Pietro encontrou geralmente estão na internet - já que muitas dessas empresas estrangeiros em busca de profissionais capacitados são de tecnologia.
Tendência
Luci Briguenti, consultora de recursos humanos, afirma que essa é uma tendência cada vez mais forte. "Essas empresas estão investindo em equipes multidisciplinares no Brasil, ou equipes contratadas por projetos, que vão para qualquer lugar do mundo."
Para conseguir uma dessas vagas, além de ter conhecimento técnico na área, é preciso dominar o inglês.
É o caso do webdesigner Thiago Carvalho. Ele fala inglês fluente, graças a um intercâmbio de dois anos nos Estados Unidos. Para aprender uma terceira língua, o espanhol, morou e trabalhou alguns meses no Chile. Com toda essa experiência, Thiago presta serviços para empresas estrangeiras de tecnologia no escritório improvisado na casa dos pais, em Araranguá.
Rotina começa às 5h
Ele só precisou mudar um pouco a rotina. "Você tem que dar o melhor pro seu cliente. Eu acabo acordando às 5h da manha para pegar o horário comercial da Inglaterra", conta Thiago.
Os jovens garantem: as empresas estrangeiras pagam mais. Sem falar que os contratos são em dólar - com a moeda americana supervalorizada é ainda mais vantajoso. "Não tem salário fixo, depende da cotação do dólar. Tive sorte, arrisquei certo!", diz Pietro.
A consultora de RH diz que trabalhar de casa para uma empresa no exterior pode ser o primeiro passo para uma carreira bem sucedida no futuro. "Com certeza essa é uma bagagem que ele terá para disputar uma vaga e morar fora, se ele tem esse sonho. Com certeza é um diferencial no currículo", diz Luci.
Fonte: G1