Pesquisadores anunciam grande salto na área de computação quântica. |
Pesquisadores na University of New South Wales (UNSW), na Austrália,
disseram ter resolvido o último obstáculo que deve tornar realidade
computadores quânticos com base em silício. Pela primeira vez, a equipe de engenheiros construiu um portão lógico
quântico em silício, tornando possível cá
Na terça-feira (6), Andrew Dzurak, professor e diretor do
Australian National Fabrication Facility na UNSW, indicou que a
descoberta traz uma grande mudança no cenário. “Nós demonstramos um portão lógico quântico de dois-qubit – o bloco
central da computação quântica – e significativamente feito em silício.
Por que usamos essencialmente o mesmo dispositivo tecnológico como os
chips existentes em computadores, nós acreditamos que será muito mais
fácil para produzir um processador em escala do que qualquer outro
objeto, que confia em tecnologias mais exóticas. Isso torna a
construção de computadores quânticos mais factível, desde que seja
baseada na mesma tecnologia de fabricação como a indústria de computação
atual”, disse Dzurak. Até então, não era possível fazer dois bits quantum conversarem um
com o outro e criar um portão lógico usando silício. A equipe de
pesquisadores – trabalhando com o Professor Kohei M. Itoh, da Keio
University, no Japão, fez isso pela primeira vez.
Isto significa que todos os blocos de construção física para um
computador quântico baseado em silício já foram construídos com sucesso,
permitindo que os engenheiros finalmente comecem a tarefa de projetar e
construir um computador quântico funcional. A equipe da UNSW reconfigurou os transistores que são usados para
definir os bits em chips de silício existentes e os transformou em
qubits. “O chip de silício no seu smartphone ou tablet já tem cerca de um
bilhão de transistores, com cada transistor menos de 100 bilionésimos de
um metro de tamanho”, disse Dr Menno Veldhorst, um pesquisador da mesma
universidade. “Nós transformamos aqueles transistores de silício em bits quânticos,
garantindo que cada um tenha apenas um elétron associado. Em seguida,
armazenamos o código binário de 0 ou 1 sobre o spin do elétron, que está
associado com seu campo magnético minúsculo”, explicou. A equipe da UNSW recentemente patenteou um projeto para um chip de
computador quântico em grande escala que permitiria milhões de qubits,
todos fazendo os tipos de cálculos que acabam de ser demonstrados. Segundo Dzurak, a equipe agora precisa identificar os parceiros certos para fabricarem o chip quântico em larga escala. A universidade acredita que um processador quântico poderia ter
aplicações nas verticais de finanças, segurança e saúde. Permitiria a
identificação e desenvolvimento de novos medicamentos ao acelerar
compostos farmacêuticos auxiliados por computadores, e ajudaria na
criação de materiais mais resistentes e leves desde eletrônicos para
consumo a aeronaves. A UNSW tem estado a frente de descobertas na área. Em abril,
pesquisadores disseram que haviam codificado informação quântica em
silício usando impulsos elétricos simples, que é um dos vários avanços
que a equipe tem trabalhado nos últimos anos.
Fonte: IDGNOW