Crackers sequestram dados e pedem resgate a vereador de Vitória. |
Um vereador de Vitória teve os sete computadores de seu gabinete invadidos por piratas da internet, que bloquearam todos os dados e ainda pediram resgate de mil dólares.
Em reais, o vereador Devanir Ferreira (PRB) teria que pagar R$ 3.897 se aceitasse a chantagem virtual.
O bloqueio aconteceu na última sexta-feira (23), mas só foi descoberto na segunda (26). “Eles deixaram uma tela escura com uma mensagem em inglês com links. Quando a gente clica, pedem mil dólares para o resgate”, disse o vereador.
Os casos no estado são encaminhados para a Polícia Federal, por causa das características do golpe.
Os piratas infectam o computador com um vírus chamado 'ranson ware' e bloqueiam os arquivos, que só poderão ser liberados a partir de uma senha. O problema é que é praticamente impossível descobrir a senha. Segundo Gilberto Sudré, consultor em Segurança da Informação, a senha tem entre 30 e 40 dígitos e pode demorar até centenas de anos para ser descoberta.
O caso do vereador não é isolado no estado. E os alvos são geralmente pessoas jurídicas, empresas que teriam mais condições de pagar o resgate e mais prejuízos com os dados sequestrados.
Hércules De Nadai, investigador da Delegacia de Repressão aos Crimes Eletrônicos (DRCE), destaca o perfil das vítimas.
“São agências de viagem, de contabilidade, de comércio em geral”, disse.
No caso do vereador, ele optou por não pagar. “Pagar para devolver o que é meu? Não tem condições”, falou.
Uma reportagem exibida no 'Fantástico', no último domingo (25), mostrou que foram identificados, no mundo, 2 milhões de tentativas de sequestros de dados. No Brasil, a pena para esse tipo de golpe é de três meses a um ano de prisão e multa e pode aumentar de um sexto a um terço se houver prejuízo.
R$ 15 mil para reaver arquivos
Entre os casos de vítimas do golpe de piratas virtuais no estado, um chama a atenção pelo valor pago para resgatar seus arquivos: R$ 15 mil.
“Já vi casos de R$ 300. Mas teve uma clínica que pagou R$ 15 mil”, disse o especialista em TI e em Segurança da Informação Gilberto Sudré.
Ele relata que tem recebido frequentes solicitações de socorro por causa dos sequestros de arquivos. “Agora é até uma vez por semana. Pessoa física não é tão frequente, geralmente não tem muita informação. Mas empresa geralmente possui. Tem empresa que foi vítima e ficou sem saber quem estava lhe devendo dinheiro”, falou Sudré.
Ele orienta a sempre salvar os arquivos do computador em um HD externo, que deve ser mantido desplugado do aparelho. “Tem um caso interessante de uma empresa que fazia o backup dos dados. Só que o HD estava plugado na máquina. Com isso, a empresa teve que pagar R$ 4 mil pelos arquivos”, disse o especialista.
Fonte: G1