Escolas de Nova York terão ensino obrigatório ciência da computação. |
Segundo o New York Times,
essa meta vai apresentar grandes desafios, principalmente na formação
de professores. A publicação afirma que não há uma certificação local
para professores de ciência da computação, além de não haver uma leva de
professores de ciência da computação vindo da faculdade. Hoje, menos de 10% das escolas municipais oferecem qualquer forma de
educação focada em ciência da computação. No total, apenas 1% dos
estudantes da cidade recebem essa formação, de acordo com estimativas do
departamento de educação de Nova York. Mesmo com a determinação da prefeitura, a área de ciência da
computação não vai se tornar uma exigência da graduação. Assim, escolas
de ensino fundamental e médio (middle e high schools, nos Estados
Unidos) podem optar por oferecer a formação apenas como disciplinas
eletivas. Ainda assim, o objetivo é que todos os estudantes, mesmo em escolas
primárias (elementary school), tenham alguma exposição a ciência da
computação, seja construindo robôs ou aprendendo a usar linguagens de
programação básicas. Pelo menos duas outras cidades americanas assumiram recentemente
compromissos de oferecer ciência da computação para todos os seus
alunos. Chicago afirmou que irá estabelecer como exigência para a conclusão
do ensino médio a aprendizagem de ciência da computação por pelo menos
um ano a partir de 2018.
Já o conselho de educação de São Francisco aprovou a meta de oferecer
disciplinas na área para crianças da educação infantil até alunos do
ensino médio, fazendo do assunto parte obrigatória do currículo até a
oitava série.
Em Nova York, a demanda por profissionais de tecnologia cresceu 57%
entre 2007 e 2014. Até o final do ano passado, a cidade contava com 300
mil empregados no setor de tecnologia. Na cidade, o polo que reúne indústrias de tecnologia é chamado de
Sllicon Alley. No primeiro semestre de 2015, o Silicon Alley gerou mais
de US$ 3,7 bilhões em investimentos de capital de risco. A maior parte
do capital foi para empresas com sede em Manhattan, bem como Brooklyn e
Queens. Por isso, a cidade planeja investir US$ 81 milhões ao longo de 10
anos para incrementar o ensino de computação. A cidade espera levantar
metade desse valor a partir de fontes privadas. Algumas das primeiras contribuições vieram da AOL Charitable
Foundation, da Fundação Robin Hood e do investidor Fred Wilson, que
anteriormente financiou a primeira escola de ensino médio da cidade
dedicada à ciência da computação. A cidade estima que terá que treinar cerca de 5 mil professores para
cumprir sua promessa de fornecer o ensino em todos os níveis de
escolaridade. Alguns poderão ensinar ciência da computação
exclusivamente, enquanto outros podem ser professores do ensino
fundamental tradicionais que vão aprender a incorporar o assunto no
currículo.