quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Desenvolvedores brasileiros buscam patrocinadores para criar software inédito.

Desenvolvedores brasileiros buscam patrocinadores para criar software inédito.
Desenvolvedores brasileiros buscam patrocinadores para criar software inédito.
Um software voltado para a padronização de ações estratégicas, com relatórios em tempo real, que evitem o desperdício ou a escassez de doações de alimentos, roupas, remédios, produtos de higiene etc. após desastres naturais. Esse é o objetivo do estudo “Proposta conceitual de um sistema de gerenciamento de resposta a desastres”, defendido pelo aluno de Mestrado em Engenharia de Produção e engenheiro elétrico Daniel Eckhardt, sob a orientação da Profª Adriana Leiras, especialista em Logística Humanitária do Departamento de Engenharia Industrial do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio).

O projeto é formado por quatro módulos, sendo que dois estão em desenvolvimento e outros dois dependem de patrocinadores para a conclusão. O custo do patrocínio pode ser dividido entre diferentes empresas e segmentos de produção. O sistema de gestão de Daniel Eckhardt busca o foco gerencial e interface gráfica que possibilita administrar e conectar diversas instituições de forma padronizada. De acordo com Eckhardt, o banco de dados centralizado é capaz de emitir notificações automáticas, informando as necessidades do desastre para as entidades cadastradas, facilitando o processo de doações.

Com base nas particularidades do desastre, como classificação e dimensão (por exemplo, número de pessoas afetadas e localização), o sistema emite um diagnóstico inicial das demandas para doações e alimentos. “A principal contribuição do sistema é tentar conciliar a oferta e demanda para evitar desperdícios e potencializar o atendimento às regiões afetadas”, afirmou Leiras.

O estudo se baseou em três áreas de pesquisa – Planejamento e Gerenciamento de recursos, Gerenciamento da Informação e Sistemas e Tecnologias. Ao final, além das 15 funcionalidades existentes em outros programas semelhantes, o software desenvolvido por Eckhardt acrescentou quatro inéditas, tornando o programa o mais completo possível: Segurança da Informação, Avaliação de Doadores, Base de Dados Histórica e Multiusuários. “Isso evita desperdício de recursos, duplicação de doações. Há muitos casos de desastres em que, por falta de coordenação, várias entidades doavam as mesmas coisas”, explicou Eckhardt.

Na pesquisa, são destacadas funcionalidades essenciais para uma ferramenta de gestão de desastres: acessibilidade, usabilidade e cadeia de suprimentos. O cadastro prévio das necessidades básicas e grupos voluntários, armazenadas no banco de dados, facilita o processo de comunicação através de alertas entre os stakeholders (Organizações Não Governamentais/ONGs, agências de ajuda, doadores, militares, Governo, outras empresas e operadores logísticos). Outra inovação proposta pelo software é a transparência para a população: “Permitir que qualquer um veja os relatórios de gestão, gastos e necessidades de um desastre é fundamental. Isso torna o processo confiável e facilita a ação de quem quer ajudar”, defendeu Leiras.

Srguno dados de 2012, naquele ano, ocorreram aproximadamente 360 catástrofes no mundo. No Brasil, em 2013, foram registrados 3.747 decretos de situação de emergência e estado de calamidade pública. “Quando um desastre ocorre subitamente, como um deslizamento de terra, a mídia é atraída e, com isso, chama também a atenção das organizações humanitárias que buscam doadores para atender às necessidades desse evento extremo. No caso de um desastre maior, com grande veiculação midiática e mais instituições participantes, o processo de coordenação torna-se complicado. Para esses problemas, o sistema pode contribuir principalmente na organização e velocidade de ações imediatas para a comunidade”, reforçou Eckhardt.

Com apoio da Faperj e da Capes, o estudo é um dos primeiros no Brasil e foi o primeiro desenvolvido no Laboratório Hands (Humanitarian Assistance and Needs for Disasters), inaugurado em dezembro de 2013 pela Profª Adriana Leiras, sendo o único laboratório específico de Logística Humanitária do Brasil voltado para o desenvolvimento de pesquisas e projetos, com soluções inovadoras em resposta a casos de desastres.

Com informações de Convergência Digital




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