Aos 25 anos, Luis Victor Coutinho, estuda doutorado em informática na Universidade de Siegen, na Alemanha, e tem visto de trabalho |
Trabalhar
fora do Brasil parece um sonho distante. Mas a oportunidade de emigrar
para outros países é mais fácil do que muitos imaginam. Tecnologia da
Informação é uma das áreas em contínuo crescimento e que mais exporta
brasileiros. Formados em ciência ou engenharia da computação e
profissionais de sistemas da informação têm muitas portas abertas. Os
destinos mais escolhidos são: Austrália, Bélgica, Canadá e Nova
Zelândia. O
Canadá é um dos países que está no topo da lista de oferta de emprego
no exterior para Tecnologia da Informação. Algumas profissões chegam a
ganhar 50% acima da média nacional, algo em torno dos R$ 15 mil. Dentre
os perfis procurados estão analistas de dados, analistas de informática e
gerentes de sistemas de informática.
Há
apenas dois meses, Luis Victor Coutinho, 25, deixou Manaus para fazer
doutorado em informática, na área de segurança da informação, na cidade alemã de
Siegen. Ele conta que entrou no país como turista e, depois, deu entrada
na documentação necessária para morar, estudar e trabalhar legalmente.
“O processo para entrar foi bem tranquilo. Para obter permissão de
residência foi necessário apenas levar os documentos à prefeitura e ao
escritório de registro de estrangeiros”, explica. “Poderia
ter escolhido outros países, como, por exemplo, a Bélgica, onde tenho
família. Mas optei pela Alemanha por toda a infraestrutura para trabalho
e pesquisa, cujo investimento aqui é muito alto”, afirma o bacharel em
Ciência da Computação e mestre em informática (ambos pela Universidade
Federal do Amazonas - Ufam). “No caso da Alemanha, para áreas com muita
demanda, como TI, existe a opção de fazer um visto só para procurar
emprego no país, com validade de 6 meses”, completa.
Nascido
e criado em Manaus, Filipe Mesquita, 33, chegou em Edmonton, Canadá,
para fazer doutorado. Isso foi há sete anos. Hoje, ele é vice-presidente
de Ciência de Dados da Mitre Media e está em busca de compatriotas para
trabalhar na empresa. “Há uma demanda muito grande por bons
programadores. Procuro brasileiros que tenham experiência na linguagem
Ruby e queiram vir morar no Canadá. Podem mandar e-mail para
mesquita@mitremedia.com”, revela.
Funções diversas
Desenvolvedores
de web, analistas de sistemas, web designers e programadores são alguns
dos mais procurados pela Austrália, com salários que chegam a R$ 220
mil por ano. Países como a Alemanha, Noruega, Reino Unido e Luxemburgo
também. Das
vagas disponíveis, 22% de Tecnologia da Informação serão preenchidas
por imigrantes no Canadá, é uma estimativa para os próximos anos.
Empresas como Ericsson, IBM, Intel, Kodak, Microsoft e Nokia estão no
país.
Bélgica: boa opção para viver
Mestre
em informática pela Ufam e cursando doutorado na Université de Mons, na
Bélgica, o amazonense Nilo Menezes, 39, ressalta que é preciso
investir no currículo para ter sucesso na carreira internacional. “As
empresas exigem um bom conhecimento técnico, curso superior completo —
mestrado é importante na Europa — e inglês. A média salarial é de 3,5
mil a 5 mil euros”, enfatiza. “O mais difícil é encontrar uma empresa
que financie ou patrocine a permissão de trabalho”, completa.
Nilo já tem o próprio negócio na Bélgica |
De
acordo com ele, que vive com a esposa e três filhos, desde 2006, na
cidade belga de Wasmes, o país tem um processo relativamente simples:
basta estar com boa saúde e não ter antecedentes criminais. Este ano,
Nilo abriu uma empresa própria e presta consultoria para uma firma
norte-americana no ramo de Internet, em Chicago.
Canadá procura brasileiros
Atualmente,
a maior demanda de empregos no Canadá é de engenheiros de software,
cujo salário cresceu 11% em cinco anos. De acordo com a revista
canadense Macleans a área de TI está entre as 26 mais bem pagas, com
salário médio anual é de 82 mil dólares canadenses.
Filipe mora no Canadá há 7 anos |
Filipe Mesquita disse que a parte mais difícil do processo foi a
burocracia. Bacharel e mestre em Ciência da Computação na Universidade
Federal do Amazonas (Ufam), ele passou por um longo processo para ser
aceito na Universidade de Alberta. “Precisei publicar artigos
científicos, fazer uma série de testes, como o TOEFL [avalia a
capacidade de usar e compreender inglês no nível universitário] e o GRE
[Graduate Record Examination - critério de admissão] e achar um
professor no Canadá disposto a me aceitar como aluno”, lembra.
Fonte: Portal Acrítica