Alunos de Sistemas de Informação criam sistema fantástico de irrigação. |
A
iniciativa ganhou o mundo e está entre 45 projetos
selecionados para participar de um concurso mundial de melhores
práticas relacionadas à economia de água
na produção de alimentos: o Best Climate Practices. Chamado
Cultive, o sistema é capaz de determinar quando e
quanto regar uma planta. Um sensor detecta se o solo está
seco e aciona a válvula de água, que irriga
a planta por um curto período de tempo. Depois
de três horas, o sensor detecta novamente a umidade
para verificar se é preciso uma nova irrigação.
Conectado à internet e aos serviços de previsão
do tempo, a irrigação é interrompida
caso vá chover.
“Não é um sensor eletrônico, ele
é feito de plástico e funciona com um simples
conceito da física: a tangente do ângulo formado
entre as partes do sensor é capaz de medir a tensão
superficial da água no solo”, explica Fabiana
Avellar, fundadora do projeto. Ela relata que os sistemas
tradicionais de irrigação disponíveis
no mercado não consideram as condições
climáticas nem a situação do solo logo
abaixo da superfície, o que leva a um consumo de
água maior do que o realmente necessário.
Outra vantagem do Cultive é que a comunicação
entre o sensor e a válvula é feita pode meio
de uma rede própria, não requer internet e
funciona com energia solar.
Tecnologia simples
“Os pequenos produtores são responsáveis
por 70% de todos os alimentos produzidos no Brasil. Eles
não têm acesso a ferramentas tecnológicas
nem automação. Nosso sistema é construído
com uma tecnologia simples e funciona automaticamente, não
demandando que o produtor precise interagir com uma interface
complicada”, ressalta Fabiana.
O
projeto foi selecionado entre outras iniciativas de todo
mundo. Nesse pequeno universo, há apenas mais dois
projetos brasileiros, um de São Paulo e um do Paraná. A
segunda fase de seleção do concurso terminou
na sexta-feira, 18 de setembro, e os internautas puderam
votar nos projetos que julgarem mais relevantes. Através o site do Best
Climate Practices. O vencedor do concurso ganhará
10 mil euros para terminar o desenvolvimento do projeto
e colocar o produto no mercado. Resultado sai em Outubro.
O grupo estima que sejam necessários 30 mil euros
para colocar a primeira versão do produto no mercado,
considerando-se a necessidade de realizar mais testes e
refinar o design do produto e dos materiais utilizados.
Mas para produzi-lo e distribui-lo em larga escala, a estimativa
é de sejam necessários 150 mil euros. Se obtiverem
os 10 mil do prêmio, o grupo pretende lançar
a primeira versão e buscar mais fundos via investimento
ou crowdfunding.
Os três alunos do ICMC que participam do projeto são
Augusto Lázaro, Bruno de Lemos e Caio Flores, todos
cursando Sistemas de Informação. Há
também o ex-aluno Pedro Euko, que se formou em Ciência
da Computação. Em março, a equipe de
empreendedores apresentou seu projeto durante o Arduino
Day, realizado no ICMC.