Aliança Mundial de TI vem ao Brasil cobrar investimentos na indústria de Informática. |
O secretário-geral da Aliança Mundial de Tecnologia da Informação e
Serviços (WITSA), James Poisant, tem liderado, juntamente com a
Federação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação –
ASSESPRO, um movimento de convencimento das autoridades brasileiras
sobre a necessidade de redirecionar os investimentos em TI para
privilegiar pesquisas de grande impacto. Poisant destaca a urgência no
desenvolvimento de políticas públicas voltadas à indústria de TI no
sentido de evoluir não só o setor econômico, mas o social.
A partir da segunda-feira (14), o secretário-geral da WITSA se
reúne, em Brasília, com representantes de diversas esferas do governo a
fim de sensibilizar o poder público para o potencial que a inovação
tecnológica tem de transformar o cenário de crise pelo qual o país
atravessa.
“No último mês, a Fundação Nacional de Ciências dos EUA (NSF) reuniu
especialistas de diversas áreas para buscar maneiras garantir a
permanência dos benefícios da TIC (Tecnologia da Informação e
Comunicação). A conclusão foi de que os investimentos privados em
produtos não são suficientes para viabilizar um verdadeiro avanço. A
esfera governamental precisa se envolver como ator principal para
viabilizar pesquisas que alcancem a ciência e nano escala e outras áreas
chaves”, disse Poisant.
O envolvimento da WITSA se justifica pela escolha do Brasil para
sediar o Congresso Mundial de Tecnologia da Informação – o maior evento
internacional sobre o tema que é organizado pela Aliança desde 1978. No
Brasil, o WCIT (sigla em inglês) ocorrerá em outubro de 2016, em
Brasília, e abrirá as portas da América do Sul para os membros da WITSA
originados de 82 países.
“Teremos neste evento a oportunidade de expandir o comércio, as
relações internacionais e as inovações de mercado de forma bastante
benéfica para a indústria mundial de TI e para a ASSESPRO, que
proporcionará um ambiente de negociações em escala internacional para
seus membros. O maior beneficiado, no entanto, será o Brasil que poderá
amenizar os efeitos da crise econômica abrindo seu mercado de TI para o
mundo e mudando de forma considerável a imagem burocrática e cara que
tem no exterior sobre a exportação de produtos e serviços”, pontuou o
presidente da ASSESPRO Nacional, Jeovani Salomão.
As reuniões prévias realizadas a cada três meses entre Poisant,
empresários, entidades e as autoridades brasileiras têm o objetivo de
preparar o país para que esteja mais atrativo do ponto de vista
comercial na ocasião do evento. Essa estratégia inclui o mapeamento do
potencial brasileiro em TI e dos países e empresas que são interessados
em investir nos recursos que já existem no Brasil, além de direcionar
para um debate governamental permanente que coloque a TI como destaque
na matriz econômica do país no momento de crise, uma vez que o setor tem
conseguido resultados positivos crescente em todo o mundo.
Posicionado em primeiro lugar na América Latina e em sétimo no mundo,
o Brasil apresenta dados consideráveis no que diz respeito ao volume de
investimentos direcionados à Tecnologia da Informação. O mercado
doméstico movimentou 60 bilhões de dólares em 2014, ou seja, 2,6% do PIB
brasileiro e 3% do total de investimentos de TI no mundo. Esse montante
privilegia o desenvolvimento de hardware, software e serviços.
Dados como esses apontam que o país necessita de avanços para se
equiparar às grandes potências mundiais de TI. De acordo com o Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os países que realizaram grandes
revoluções tecnológicas passaram por um processo extenso de pesquisas e
desenvolvimento teórico do setor, com destaque para as encomendas
tecnológicas como soluções em áreas diversas, tais como saúde, meio
ambiente, transporte e demais temas ligados à sustentabilidade e
qualidade de vida.
De forma objetiva, a cúpula reunida pela Fundação Nacional de
Ciências dos EUA listou algumas das tendências que deveriam ter maior
atenção no atual cenário mundial de TI, são eles o sensoriamento e
informática com baixo consumo de energia, sistemas ciberfísicos,
armazenamento inteligente, ecossistema de comunicação em tempo real,
segurança multinível e escalável, manufatura de próxima geração,
computação por insights e plataforma de teste da Internet das Coisas.
Uma nova lista de prioridades e outras formas interdisciplinares de
contribuir com o desenvolvimento da Era Digital será construída a partir
do WCIT Brasil 2016, quando já estão confirmados nomes como Vint Cerf
(Google), Alan Marcus (Fórum Econômico Mundial), Randeep Sudan (Banco
Mundial), Torbjörn Fredriksson (UNCTAD), Andrew Wyckoff (OCDE), Fadi
Chehadé (ICANN), Joan Dzenowagis (OMS), Ivo Ivanovski (Ministro de TI da
Macedônia), Alexander Mora (Ministro do Comércio Exterior da Costa
Rica), entre outros.