Hackers era contratados para invadir computadores de dois superintendentes do Ibama. |
Os policiais cumpriram mandados de prisão nos estados de Alagoas,
Maranhão e Pará. Os investigadores descobriram que os empresários
contrataram hackers para invadir computadores de dois superintendentes
do Ibama.
Eles conseguiram os nomes de usuários, as senhas e os certificados
digitais, que são uma espécie de chave de segurança. Com esses dados,
entraram nos sistemas de comércio de madeira do Ibama e desbloquearam o
acesso de 23 empresas que tinham sido suspensas por crimes ambientais.
O que mais chamou a atenção dos investigadores foi a forma como a
quadrilha conseguiu o certificado digital do superintendente do Ibama no
Pará, que havia bloqueado a maioria das empresas. É que para ter acesso
ao registro só indo pessoalmente até a empresa de segurança digital. E
sabe o que um dos bandidos fez, segundo a polícia? Ele falsificou a
carteira de identidade do superintendente, apenas mudando a foto, se
apresentou na empresa que faz a certificação se passando como servidor
do Ibama, e assim conseguiu trocar a numeração e invadir o sistema de
compra e venda de madeira.
A reativação das contas permitiu que empresas fantasmas voltassem a
vender ilegalmente os chamados créditos florestais. Os créditos são a
quantidade de madeira que cada empresa possui no sistema. Mas, como as
empresas investigadas eram de fachada, foram criadas só para gerar notas
fiscais fictícias. Essas notas frias eram negociadas com madeireiras de
verdade, que utilizavam essa papelada toda para dar uma aparência de
legalidade à extração irregular de madeira.
Em apenas dez dias, a venda de madeira com os créditos falsos
movimentou quase R$ 11 milhões. A quantidade de árvores derrubadas
ilegalmente é suficiente para encher 1.400 caminhões
Os presos foram indiciados por estelionato, falsidade ideológica,
formação de quadrilha e transporte ilegal de produto florestal.