Conheça a história do brasileiro especialista em segurança da Microsoft, que virou fisiculturista. |
O cearense Yuri Diogenes mudou-se para Dallas, Texas (Estados Unidos), em 2003, para assumir um cargo na gigante Microsoft - ele é um dos mais influentes membros da empresa na área de segurança da informação e já lançou 13 livros sobre o assunto. Mergulhado no trabalho, ele deixou a saúde de lado e chegou e pesar 130 quilos. Em 2011, depois de alguns exames desanimadores, estipulou uma meta: tornar-se fisiculturista. "Aos 37 anos estava com artrose, não conseguia subir escada, cheguei ao fundo do poço. Não culpo a cultura americana pelo ganho de peso, porque ninguém me obrigou a comer besteiras. Foi falta de planejamento e preparo psicológico", diz ele, que perdeu 45 quilos desde então.
A transformação foi gradativa e supervisionada por profissionais. De cinco mil calorias diárias, ele passou a ingerir 1.800 e mantém, até hoje, uma rotina de treinos sete dias da semana. "Foi um impacto grande. Chorei muito na primeira semana, sentia câimbra, parecia um viciado em droga em abstinência. Quando perdi gordura fiquei flácido, mas não recorri à cirurgias porque um médico disse que os músculos preencheriam a pele. Só teria que ser paciente", afirma. Yuri começou a levar suas 'quentinhas' para todos os lugares - inclusive festas da empresa -, parou de beber e começou a acordar 4h30 para treinar.
A transformação foi gradativa e supervisionada por profissionais. De cinco mil calorias diárias, ele passou a ingerir 1.800 e mantém, até hoje, uma rotina de treinos sete dias da semana. "Foi um impacto grande. Chorei muito na primeira semana, sentia câimbra, parecia um viciado em droga em abstinência. Quando perdi gordura fiquei flácido, mas não recorri à cirurgias porque um médico disse que os músculos preencheriam a pele. Só teria que ser paciente", afirma. Yuri começou a levar suas 'quentinhas' para todos os lugares - inclusive festas da empresa -, parou de beber e começou a acordar 4h30 para treinar.
Dito e feito. Ele competiu pela primeira vez em junho do ano passado. "Quando cheguei ao palco já foi uma vitória. Em nenhum momento pensei em ganhar, queria era chegar lá. Mas depois que saí de lá, estabeleci novo objetivo: estar entre os três primeiros", diz ele, que em junho deste ano ficou em segundo lugar no Oklahoma Championship categoria Master, acima dos 40 anos.
Sua história virou livro, Ready, Set, Achieve!, um mix de leitura motivacional com dicas de saúde, que sairá no Brasil pela Editora Nova Terra, no fim do ano. "Resolvi escrever o livro porque procurei parecidos no mercado e não encontrei, sobre como conseguir alcançar seus objetivos sem sacrificar suas bases - no meu caso, família e saúde. Sem saúde você não consegue tomar conta da família. E também como gerenciar o tempo, priorizar algumas coisas e não sacrificar outras".
Nem adianta procurar receitas milagrosas na publicação. "Não vamos dar receitas do ponto de vista nutricional porque a dieta tem que ser customizada. O que podemos fazer é dar diretrizes. Por exemplo, eu nunca fico mais de três horas sem comer - frango, brócolis, muito arroz (não precisa ser integral), peixe, carne vermelha uma vez por semana, e 24 claras de ovo por dia. Ainda bem que o ovo aqui é bem baratinho", comenta ele, que até já tentou enfiar o pé na jaca, mas o organismo não permitiu. "Estava de férias e pensei que ia me esbaldar. Um dia eu fiz isso, no outro passei mal porque meu estômago não aceita mais". Yuri, que bebia frequentemente, só encosta em álcool durante as festas de fim de ano e sofreu brincadeira e rejeição dos amigos. "Alguns bebem bastante, toda festa é regada e, no começo, acabei ficando chato, porém quando eles viram que a coisa era séria e não uma dieta de verão, aceitaram. Cansei de ir para as festas e levar minha marmita. Tem gente que fica totalmente antissocial, mas minha vida é diversificada, trabalho numa área diferente, toco bateria em casa com a minha filha".
Um ídolo? "Arnold Schwarzenegger, um imigrante que chegou nos Estados Unidos sem nada, mal falava inglês, conquistou o espaço dele no fisiculturismo, depois em Hollywood e na política. Fez três coisas distintas na vida". Sobre anabolizantes, Yuri não se encaixa na categoria dos fortões que precisam estar hipertrofiados ao extremo. "No Brasil existe mais preconceito aos fortões do que nos Estados Unidos porque aqui tem gente grande por natureza e é muito comum. O problema das pessoas é achar que precisam do anabolizante para treinar e eles não são atletas. Aqui tem muitos suplementos que podem ajudar, mas eles são muito mais baratos do que no Brasil. Tomo produtos de ponta antes, durante e depois do treino. Se colocar no papel, gastaria uns R$ 2 mil no Brasil, aqui sai por US$ 300. E academia no Brasil é muito cara. A Microsoft banca a minha academia por ano, que sai a US$ 600/800 por ano e funcionam por 24 horas", explica. Yuri também comenta que o livro não é só para atletas, mas para qualquer pessoa de todas as idades. "Ele é muito mais autoajuda do que fitness, pq pode ser lido por uma audiência muito maior. Uma das amigas da minha filha comprou e adorou".
Fonte: Época