Como desenvolver aplicativos móveis mais atraentes, veja considerações. |
Muitos CIOs que investiram no desenvolvimento de aplicativos móveis
para a empresa têm ouvido a mesma crítica dos trabalhadores: seus apps
são de baixa qualidade e confusos, e este é o principal argumento de
muitos não usá-las. O mantra user-friendly iniciado por Apple _
"Simplesmente funciona!" _ tornou-se um pesadelo para os gestores de TI.
Aplicativos móveis são um osso, na opinião de Martin Hudson, CTO da
Mobile Data Systems, uma empresa de consultoria com sede em Londres
frequentemente chamada quando um projeto de aplicativo móvel dá errado.
Quase sempre por falta de compromisso o público-alvo.
A verdade é que os CIOs frequentemente falham ao tentar desenvolver
um aplicativo móvel. Eles querem ter uma abordagem simplista demais,
através da conversão de um site móvel para um aplicativo, ou uma
abordagem excessivamente complexa, que inclua a maioria das
funcionalidades de um aplicativo de desktop. O resultado final, em ambos
os casos, é uma aplicação móvel difícil de usar.
Acontece que, em um dispositivo móvel, menos é mais. Compreender onde
traçar a linha divisória entre a boa funcionalidade e a funcionalidade
excessiva requer um pouco de experiência.
Para o CIO, há muito em jogo. Um aplicativo móvel não pode levantar a
ira dos diretores e colocar o CIO na berlinda. Afinal de contas, a
diretoria fez um investimento alto ao contratá-lo, mas "você está
tornando a empresa inepta".
Por que os CIOs falham?
Todo mundo sabe que um aplicativo móvel, em grande parte, depende da
sua facilidade de uso, o cartão de visitas do mundo de aplicativos
móveis. A maioria dos CIOs, porém, não consegue definir o que é ser
"user friendly". Se você não pode defini-lo, seu projeto de aplicativo
móvel estará provavelmente condenado.
Hudson tem uma definição que funciona bem: 80% dos usuários podem executar a tarefa mais importante em sua primeira tentativa.
A Mobile Data Systems inicia cada projeto de aplicativo móvel fazendo
um protótipo da aplicação e apresentando-o a um grupo entre 10 a 15
pessoas que se encaixam no público-alvo. Ao grupo é dada uma única
tentativa para executar a tarefa mais importante, sem qualquer
referência ou documentação.
Cada pessoa comenta o que está fazendo e pensando. A Mobile Data
Systems registra a ação, especialmente quando os usuários tomam um rumo
errado. Após o julgamento, a equipe da Mobile Data Systems ajusta a
maquete e reúne um outro grupo de pessoas.
"No final do terceiro ciclo é que o índice de 80% começa a ser
alcançado", diz Hudson. Somente quando esse índice é atingido o projeto
de aplicativo móvel segue em frente.
É assim que Hudson define facilidade de uso. Aqui estão três práticas
que a sua empresa pode empregar para assegurar que aplicativos
desenvolvidos no futuro atraiam a atenção dos usuários.
1. Um aplicativo móvel deve resolver um problema apenas
O app deve contar com uma funcionalidade importante, economizar tempo
ou dinheiro, entreter ou esclarecer. Em outras palavras, o sucesso de
aplicativos móveis está em entregar benefícios úteis para o usuário.
A regra geral é que nem tudo que está na web precisa de um
aplicativo. Por isso, não construa um aplicativo até que você tenha uma
ideia sólida.
2. Concentre-se em algo e faça-o bem
Essa é a recomendação mais importante. Brainstorming é muito bom. Mas
quando você estiver esgotado o processo, limite as melhores ideias em
uma ou duas.
3. Teste
Desenvolver aplicativos não quer dizer apenas escrever códigos, mas
também testá-los, o que é essencial para uso interno e entre empresas
(B2B). Avalie se você possui tempo e equipe suficientes para testar e
resolver os bugs do software, especialmente ao desenvolver para várias
plataformas.
Líderes de TI que tiveram sucesso no desenvolvimentos de apps móveis
entenderam que, para serem realmente úteis, os aplicativos móveis têm de
nascer como móveis e não meras adaptações de aplicativos prévios feitos
para o Windows ou o Mac OS. Eles precisam ser desenvolvidos a partir do
zero, não só para funcionar bem dentro dos limites da dimensão das
telas, memória e poder de computação dos dispositivos móveis, mas também
tirar proveito de recursos que tradicionalmente não estão disponíveis
em desktops, como múltiplas câmeras, telas sensíveis ao toque, animação e
comunicação multimídia.
Criar uma aplicação desde o início para um dispositivo móvel, em vez
de adaptar aplicativos de desktop para um smartphone, “é chegar a um
novo paradigma que faz todo sentido”, diz William Clark, vice-presidente
de pesquisas do Gartner.
Dicas da Computerworld.