Aplicativo de transporte privado Uber já vale R$ 174 bilhões, é a maior start-up do mundo. |
Quatro letras no nome, mais de 300 cidades mundo afora, uma coleção
de polêmicas sem fim e, agora, mais US$ 1 bilhão em caixa. O polêmico
aplicativo de transporte privado Uber, com apenas cinco anos de vida,
conseguiu captar esse montante junto a investidores e, com isso, teve
seu valor de mercado avaliado em US$ 51 bilhões.
Segundo o “Wall Street Journal”, a nova rodada de investimentos foi
possível graças à participação da Microsoft e do conglomerado de mídia
indiano Bennett Coleman & Co. As empresas não comentaram. Mas o
negócio é histórico: o valor de mercado do Uber é o maior já alcançado
por uma start-up de tecnologia. Em 2011, o Facebook fora avaliado em US$
50 bilhões após o Goldman Sachs oferecer a clientes ricos, fora dos
Estados Unidos, ações da rede social.
Àquela época, porém, a rede social de Mark Zuckerberg tinha quase
sete anos e, no ano seguinte, abriria seu capital na Bolsa. O Uber ainda
não lançou ações no mercado, mas essa é uma expectativa crescente no
mercado. De acordo com o jornal “Financial Times” (”FT”), os maiores
alvos de investimento da empresa seriam China e, principalmente, Índia —
onde o objetivo final seria alcançar 1 milhão de corridas por dia a
partir de março de 2016. Para isso, segundo o jornal, o Uber precisará
se expandir para mais 18 cidades e investir em mais contratações e
pagamentos. Estima-se que, hoje, a companhia faça cerca de 200 mil
corridas no país.
Segundo “FT”, o investimento provavelmente aumentaria a demanda de
clientes, e consequentemente, a procura por empresas competidoras no
país, como a Ola. Na China o número de viagens já alcançou 1 milhão, mas
pela empresa Didi Kuandi, que recebe suporte da gigante local Alibaba.
O
Uber viu seu valor aumentar em US$ 10 bilhões nos últimos sete meses,
de acordo com a consultoria PrivCo. E seu crescimento tem desafiado
órgãos reguladores e, principalmente, despertado a ira de taxistas mundo
afora, que acusam a empresa de prestar uma espécie de “serviço pirata”.
A polêmica chegou ao Brasil, em cidades como Rio e São Paulo, que já
registraram protestos contra o aplicativo.
Na Índia, o Uber chegou a ser suspenso em passado. Agora, há rumores de
que novas restrições acabem com o uso do serviço no país novamente — o
que faz a empresa tentar uma estratégia de urgência para aumentar sua
popularidade entre os indianos.