Veja os preços que os cibercriminosos cobram por 'serviços' no mercado negro da internet. |
Hackear uma conta do Facebook
sai por apenas 315 reais, bloquear um site custa entre 52 e 1.400
reais; dados de cartões de crédito roubados valem entre 6,2 e 62 reais.
Esses são alguns números sobre os preços no mercado negro dos serviços e
produtos mais desejados por Crackers e ladrões de dados, de
acordo com a lista elaborada pela empresa de segurança de tecnologia da
informação Trend Micro, a partir de informações coletadas em todas
partes do mundo.
Por apenas 41,5 reais é possível encomendar o envio em massa de spam para 1.000 usuários. Se o que se deseja é chegar a 10.000 vítimas, o preço por spam cai: 0,27 centavos de reais por e-mail atacado. Abrir ou crackear um arquivo criptografado só custa 138 reais.
Os crackers e o mercado negro "estão cada vez mais
especializados", disse Ryan Flores, diretor da unidade especial de
análise de novas ameaças da Trend Micro nas Filipinas. O mercado russo,
por exemplo, concentrou-se nos vírus que utilizam os serviços de
pagamento por instalação (pay-per-install ou PPI, na sigla em
inglês): software que recebe dinheiro de um anunciante para incluir em
seu download propaganda de sua marca. E anúncio quer dizer software
malicioso, o malware.
Os russos também se destacam em sistemas de gestão de tráfego, sites
de aparência inocente que redirecionam a outros programas maliciosos e
grupos de vírus. O buscador Google retirou vários desses sites do ar,
todos com a extensão .ru.
Na China, por sua vez, predominam os ataques de negação de serviço,
que consistem em saturar uma rede ou um site com tantas solicitações de
acesso que acabam se tornando inacessíveis para usuários honestos. Um
dos casos mais marcantes nos últimos anos, no entanto, foi de
responsabilidade da Rússia: em 2007, as principais instituições da
Estônia foram alvo desse tipo de ataques, que conseguiram bloquear a
atividade do país.
Na América Latina e, especialmente, no Brasil, os piratas preferem
ferramentas destinadas a usuários, como as redes sociais e a criação de
software para enviar spam através de mensagens sms, mas também são paraísos para a formação de futuros criminosos da rede.
A Europa ocidental, especialmente seus sistemas de saúde, é vítima de
ataques que buscam o roubo de dados em massa. "Temos observado que
interessa cada vez mais o roubo de dados valiosos. A maioria dos ataques
é direcionada aos arquivos", detalha Flores.
Os dados, que também incluem os preços do mercado ilegal de
documentação e moedas falsas, foram compilados na sede da Trend Micro em
Pasig (área metropolitana de Manila), a partir de informações coletadas
por sua rede internacional de observadores do mercado negro de
informática. A empresa compartilha os dados com a Interpol para
investigar crimes cibernéticos e colabora regularmente com a agência
policial e com outras empresas do ramo.
Fonte: EL PAÍS