49 suspeitos de crimes digitais que resultaram em roubo de R$ 20 milhões são presos. |
A Europol, serviço que une as agências policiais da Europa, realizou
na terça-feira (9) uma grande operação que resultou na prisão de 49
suspeitos de participar de uma organização criminosa com atuação
digital. O grupo teria sido responsável pelo roubo de mais de € 6
milhões – quase R$ 20 milhões – por meio de golpes realizados pela
internet.
Segundo informações oficiais, 58 locais foram alvo de batidas, que
tiveram como efeito a detenção dos acusados e também o confisco de
computadores, servidores e outros equipamentos eletrônicos. A ação, que
foi realizada de forma simultânea na Espanha, Polônia e Itália, também
contou com a participação de forças policiais da Bélgica e Reino Unido
na coleta de informações, investigação e localização dos indivíduos.
De acordo com as autoridades, o roubo foi realizado “em um curto
período de tempo” por meio de diversos métodos, todos voltados para a
obtenção de acesso a informações confidenciais. Os clássicos links
indevidos, enviados por e-mail e redes sociais, por exemplo, eram os
mais comuns, garantindo que os crackers tivessem acesso às contas
bancárias de suas vítimas.
Outra atuação envolvia a invasão de caixas de correio eletrônico em
buscas de cobranças enviadas online. Usando métodos considerados
arrojados pela polícia, os criminosos criavam notas falsas e solicitavam
que os usuários realizassem o pagamento novamente, só que o dinheiro
era desviado para contas controladas pelos próprios bandidos.
Além disso, parte da operação criminosa envolvia trabalhos de
engenharia social focados nos próprios bancos europeus. Membros da
quadrilha, utilizando credenciais roubadas ou falsificadas, se faziam
passar por funcionários de forma a obter ainda mais acesso, alegando a
necessidade de uma manutenção ou problemas para realizar uma determinada
operação nos sistemas internos das instituições financeiras.
Depois, por meio de um sistema de lavagem de dinheiro, os crackers
eram capazes de fazer com que o dinheiro passasse por diversas fontes
até parecer legítimo, sendo enviado para fora da União Europeia. Boa
parte dos envolvidos no esquema são espanhóis, nigerianos e camaroneses
que moravam em países do Velho Continente.