Um russo com uma condição médica terminal deve se tornar a primeira
pessoa a passar por um transplante de cabeça. Valery Spiridonov, um
cientista da computação de 30 anos, possui amiotrofia espinhal do tipo
Werdnig-Hoffman, o mais grave da doença, e espera realizar a cirurgia
até 2016. A cirurgia será feita pelo médico italiano Sergio Canavero,
que afirma ter a capacidade de cortar a cabeça de Spiridonov e anexa-la a
outro corpo saudável. As informações são do Daily Mail.
O paciente. |
À publicação o russo afirmou estar com medo, mas ressaltou que não tem
muitas opções e se não tentar o transplante terá um destino “muito
triste”. “A cada ano meu estado fica pior”, completou.
Em entrevista à CNN, Canavero afirmou que possui todas as técnicas
necessárias para o transplante de cabeça a um organismo doador e que tem
recebido cartas solicitando o procedimento. O médico, contudo, afirmou
que inicialmente o procedimento será realizado apenas em pacientes que
sofrem de uma doença que envolva a parte muscular.
O primeiro transplante de cabeça de macaco foi realizado há 45 anos,
mas o animal morreu oito dias depois porque o organismo não se adaptou.
Recentemente, houve um transplante de cabeça de um rato na China.
Segundo o Daily Mail, Canavero tem sido comparado por especialistas com o
Dr. Frankenstein (personagem de um romance gótico de 1831 que constrói
um monstro em seu laboratório).
A operação deve durar 36 horas e o custo estimado é de 7,5 milhões de
libras (aproximadamente R$ 34,7 milhões). O corpo viria de um doador que
teve morte cerebral, mas tem todos os outros órgãos em bom
funcionamento.
De acordo com a publicação, o médico italiano afirmou que doador e paciente teriam suas cabeças cortadas da medula espinhal ao mesmo tempo, utilizando uma lâmina extremamente afiada para dar um “corte limpo”. A cabeça do paciente seria colocada no corpo do doador e “colada” com uma substância chamada polietileno glicol, que teria a capacidade de fundir as duas extremidades da medula espinhal.
Os músculos e o sangue seriam “abastecidos” e o paciente seria colocado
em coma por quatro semanas para ser impedido de mover a cabeça e o
corpo. Quando o paciente acordar deve ser capaz de se mover normalmente e
possuirá, inclusive, a mesma voz, garante o médico.
O italiano acredita que precisaria de uma equipe de 150 pessoas, entre médicos e enfermeiros, para realizar o procedimento.