Faraônico data center aumentará a tecnologia do banco em 25 vezes. |
Um dos maiores data centers do mundo – e o maior atualmente da América
Latina, localizado em um terreno com 815 mil m² em Mogi Mirim (o que
equivale a 114 campos de futebol), cidade distante 160 km da capital
paulista. Trata-se do CTMM, sigla para Centro Tecnológico Mogi Mirim, um
projeto do Itaú Unibanco que teve seu pontapé inicial semana passada,
em evento para convidados e imprensa.
O empreendimento custou R$ 3,3 bilhões, parte de um ciclo de
investimentos de R$ 11,1 bilhões anunciados pela instituição de 2012 a
2015. Outros R$ 2,6 bilhões serão investidos em processamento, R$ 800
milhões, em aquisição de softwares e R$ 4,3 bilhões em desenvolvimento
de sistemas.
Todas as operações
O objetivo do data center é realizar o processamento de todas as
operações do banco, aumentando em 25 vezes sua atual capacidade. Com o
início das operações do CTMM, estão previstas também melhorias em
estruturas de call center, internet banking e caixa eletrônico, além da
unificação do fluxo de informações contábeis, financeiras, fiscais e de
riscos.
Segundo Roberto Setubal, presidente executivo do Itaú Unibanco, o CTMM
conferirá ao banco mais agilidade e disponibilidade, com capacidade para
atender o crescimento dessa demanda até 2050. “Este empreendimento é de
uma complexidade e magnitude inéditas, preparando de fato o banco para o
futuro. Uma parte importante dos sistemas já está operando neste
centro, e, muito em breve, todas as informações e transações de nossos
clientes serão processadas aqui, com toda a segurança e agilidade
necessárias”.
Além disso, conforme explica Alexandre de Barros, VP de tecnologia do
Itaú Unibanco, um dos pilares do projeto foi conseguir um tempo de
recuperação de dados igual a zero, garantindo a integridade das mais de
31 bilhões de transações realizadas anualmente nos canais de atendimento
– agências, caixas eletrônicos, internet, mobile, call center e
máquinas de cartão. Segundo o banco, quatro mil transações por segundo
são realizadas nos horários de pico. A maior parte delas se dá,
atualmente, por meio online: 42% acontecem pela internet fixa e mobile;
enquanto 9% são feitas nos caixas eletrônicos; 19% nas agências; 2% pelo
call center e 28% nas máquinas de cartão. A expectativa é que em 2015 o
número de transações supere 35 bilhões.
O empreendimento foi planejado prevendo três etapas de implantação. A
primeira fase, já concluída, compreende dois data centers Tier III, os
quais trabalham em alta disponibilidade e redundância para garantir o
funcionamento ininterrupto das operações. O projeto contempla também a
construção de mais dois data centers entre 2021 e 2023 e outros dois até
2035.
Ao final, o CTMM contará com seis centros de processamento, totalizando
151,815 m² de área construída. A escolha de Mogi Mirim, segundo o
banco, se deu por conta da localização, e rodovias que ligam à capital
paulista, além da disponibilidade de terreno com tamanho e topografia
perfeitos, energia, água e estrutura de telecomunicações. Estão sendo
gerados 400 postos de trabalho este ano e há estimativa de receita de R$
524 mil/mês para o município, com o recolhimento dos encargos
referentes ao sistema de água e esgoto dos data centers.
O CTMM foi criado com diretrizes de sustentabilidade consideradas em
todas as suas etapas de projeto, construção e operação. “Hoje a
tecnologia é a forma mais concreta de chegarmos aos nossos clientes e
vislumbramos uma relação de proximidade cada vez maior ao longo do
tempo. Queremos manter essa relação completa, mas, acima de tudo,
dedicada: antecipando e satisfazendo as necessidades desses clientes em
uma vida totalmente conectada”, explica Marcio Schettini, diretor geral
de tecnologia e operações do Itaú Unibanco. O empreendimento vai operar
com 43% de redução no consumo de energia em relação aos data centers
atuais do Itaú Unibanco. Dentro do complexo há uma subestação de energia
com capacidade de até 90 MW, suficiente para abastecer uma cidade com
aproximadamente 140 mil habitantes.
A área ocupada efetivamente pelos equipamentos, chamada de área de TI,
que até então era de 6 mil m² (com capacidade para 7 MW) no centro
tecnológico do banco no bairro da Mooca, em São Paulo, ocupa 10,6 mil m²
(com capacidade para 16 MW) em Mogi Mirim, demonstrando uma eficiência
que permitirá ao novo data center processar muito mais por metro
quadrado.
Os data centers que já estão prontos têm Certificação de Continuidade e
Disponibilidade TIER III, certificado que assegura que o Data Center
está preparado para funcionar sem interrupção, e o Leed Gold (Leadership
In Energy and Environmental Design), principal selo de construção
sustentável utilizado no mundo.
Segundo dados da Febraban, o Itaú Unibanco é o maior banco do País em
patrimônio líquido, com R$ 98 bilhões, batendo bancos como o Banco do
Brasil, Bradesco e Santander, que também investiram alto em data
centers.