Carlos ganhou reconhecimento internacional. |
A paralisia cerebral é causada por uma lesão neurológica acontecida
durante a fase de desenvolvimento do sistema nervoso central de uma
criança nos primeiros dois anos de vida. Os sintomas podem variar, mas
envolvem distúrbios motores e em muitos casos não afetam o
desenvolvimento cognitivo. Ou seja, a criança tem dificuldades de
movimento, mas possui a mesma capacidade intelectual de qualquer outra
pessoa.
Convivendo com um caso de perto, o analista de sistemas e empresário
Carlos Edmar Pereira usou seus conhecimentos em tecnologia e
desenvolvimento de ferramentas para criar o Livox, aplicativo que dá
autonomia na fala a pessoas com deficiências. Com ele, Carlos e a
mulher, Aline, conseguiram dar a sua filha Clara, de 7 anos, a
capacidade de se comunicar. E o analista conquistou reconhecimento
internacional.
O empresário estará, nesta semana, representando o Brasil na Reunião
Anual dos Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na
Coreia do Sul. O convite surgiu a partir do prêmio de Melhor Aplicativo
de Inclusão Social do Mundo que o Livox recebeu da Organização das
Nações Unidas (ONU). Carlos apresentará a ferramenta para representantes
dos 48 países membros do BID, principalmente ministros das Finanças,
presidentes de Bancos Centrais e potenciais investidores. O empresário
ainda vai para Tóquio para uma reunião com empresários, intermediada
pelo BID.
O analista explica que criou o Livox por sentir falta de uma ferramenta que o permitisse se comunicar com a filha que tivesse sido traduzida para o português.
“Os desenvolvedores criavam a aplicação em inglês e não tinham
interesse comercial em trazer para o Brasil. Procurei outras soluções,
mas nenhuma foi satisfatória”, conta. A ferramenta criada por Carlos é
baseado em algoritmos inteligentes que se ajustam a vários graus de
dificuldades motora, visual e cognitiva. “Ao longo do tempo fizemos
adaptações que podem atender à pessoas com qualquer dificuldade motora”,
explica.
Com uma equipe formada por outros desenvolvedores, além de fonoaudióloga, psicopedagoga e uma terapeuta ocupacional, o empresário desenvolveu uma ferramenta que é na verdade um aplicativo, passível de ser instalado em qualquer tablet. Atualmente, a solução atende a 10 mil usuários, dentre famílias e instituições de assistência brasileiras.