Smartphones e tablets invadiram as vidas pessoal e profissional e
tornaram-se o vício do século. O uso desses dispositivos impulsionou a
criação de lojas de aplicativos que oferecem de jogos a soluções
corporativas. Somente para aparelhos que rodam Android e iOS são milhões de produtos disponíveis. E essa marca tende a aumentar.
O mercado de pequenas polegadas está fazendo uma carreira emergente
decolar: a de desenvolvedor de aplicativos móveis. Esse profissional
está em alta em razão do aumento acelerado da base de celulares e deverá
e foi um dos mais requisitados em 2013.
Somente no primeiro trimestre de 2012, nos Estados Unidos, o site de
carreiras Elance.com registrou salto de 52% no número de vagas para
desenvolvedores móveis. Oportunidades na área estão crescendo duas vezes
mais rápido do que o mercado global de trabalho.
A tendência está abrindo portas também no Brasil e a temporada de
caça por pessoas no setor já começou. “Empresas querem talentos com
forte conhecimento técnico e habilidade para pensar na tecnologia em
linha com a demanda”, afirma Jairo Okret, sócio-sênior da Korn/Ferry,
provedora global de soluções para a gestão de talentos.
Mas o desafio por aqui é encontrar esses profissionais. O que é
preciso para ingressar nesse universo? Como o assunto é novo, muitas
organizações apostam na capacitação dentro de casa, ou incentivam o auto-desenvolvimento.
A Resource IT Solutions, especialista em soluções para TI, conta com
mais de cem desenvolvedores, sendo que 15% trabalham com a criação de
aplicativos móveis. À frente desse time está André Nascimento,
gerente-executivo de Operações, responsável pela área de Delivery de
Projetos e Desenvolvimento de Sistemas da Resource. Segundo ele, para ser um desenvolvedor móvel de sucesso é preciso, em
primeiro lugar, ter um bom raciocínio lógico, boa formação técnica e
entender a evolução tecnológica das plataformas. Também é necessário
ficar de olho no lançamento de aparelhos.
O executivo percebe que os jovens desenvolvedores tentam entender um
pouco de cada linguagem de programação, como C++, Java, .NET e HTML5, e
pecam por não dominar nenhuma. “Conheça todas, mas foque em uma”,
ensina. “Embora existam muitas soluções, ele tem de saber o conceito, o
que é orientação a objetos, padrões, engenharia de software etc”,
detalha. “Há muito material na internet que pode ajudar nessa tarefa”,
completa.
Na Resource, a estratégia adotada foi buscar os melhores
profissionais internamente e incentivá-los a ler sobre o tema,
participar de eventos e cursos. Nesse segmento, é preciso aprender
sozinho, diz. “É uma área dinâmica e todos estão no mesmo momento de
busca de conhecimento.”
“Não adianta ficar sentado. Tem de ser antenado, multidisciplinar,
interessado, generalista e ao mesmo tempo especialista”, lista Marcelo
Vieira, coordenador de desenvolvimento da célula SAP da Resource.
Outro item de atenção é o conhecimento dos aplicativos móveis
disponíveis. “Perguntamos se o candidato a uma vaga na Resource usa
Instagram, WhatsApp entre outros”, comenta Nascimento. Como a literatura
no segmento é, em sua maioria, em inglês, ele afirma que a fluência na
língua é vital para esse talento. Comunicação é habilidade que vale ouro. “A forma de falar e de se
posicionar faz toda a diferença”, acredita Bruno Pina, responsável pela
área de Pré-Vendas da Resource.
Danilo Bordini, gerente de Novas Tecnologias da Microsoft, acredita
que o desenvolvedor nunca teve tantas oportunidades quanto agora. Ele
diz que para atuar na área, é preciso conhecer os conceitos de
usabilidade, confiabilidade e escalabilidade. “Com dedicação, é possível aprender. É necessário ter uma base, mas a
lógica de programação é aplicada da mesma forma no mundo móvel”,
sintetiza. Para ele, a questão agora é se preocupar com alguns detalhes
que não existiam antes: tela menor, interface, layout, experiência do
usuário, cloud etc. Ivan Mirisola, consultor sênior de Mobilidade na SAP Brasil, concorda
que, hoje, o principal fator de sucesso de uma aplicação é o grau de
maturidade da interface. “Essa fase é crítica para o desenvolvedor”,
diz.
Não só as oportunidades têm fisgado os profissionais, mas o salário
também. Um desenvolvedor de soluções móveis pode receber de 3,5 mil
reais até 10 mil reais, de acordo com profissionais do mercado. Vieira,
da Resource, diz que em sua equipe há um funcionário que aos 23 anos
ganha 10 mil reais. “Como há escassez, esses talentos vão custar 30% a
40% a mais para a empresa”, completa Nascimento.
Capacitação
Bordini aconselha que o desenvolvedor móvel participe de cursos e
estabeleça uma rede de contatos para trocar ideias e tirar dúvidas.
“Iniciamos uma série de treinamentos. O MSDN, por exemplo, tem o
objetivo de criar uma comunidade para desenvolvimento de Windows 8,
soluções web, nuvem ou mobilidade e troca de informações”, relata.
No MSDN, há um cardápio com uma série de materiais disponíveis em
português para interessados no tema. Além de academias que oferecem
certificados para os participantes e cursos online (leia mais no quadro
da página 25).
A SAP também possui um centro de apoio e suporte aos desenvolvedores.
“O SAP Community Network traz alguns benefícios para esse profissional.
Ele pode, por exemplo, conhecer nossa plataforma móvel por 30 dias e
realizar testes com ela”, afirma Fabian Valverde, gerente de Soluções de
Mobilidade da SAP Brasil. Os treinamentos na área, prossegue, vão desde
a administração da plataforma até a modificação de aplicações. (D.O.)
Para aprimorar a carreira
A indústria, em linha com a demanda, criou especializações para
profissionais interessados em desenvolver soluções móveis.
Veja alguns
deles.
Microsoft
SAP